° / °
Cadernos Blogs Colunas Rádios Serviços Portais

Preso por suspeita de estupro, PM nega crime e diz que mulher ficou "aborrecida" por causa da multa

Diario teve acesso ao depoimento do subtenente Valério, no qual ele dá a versão para o caso que teria acontecido no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, na sexta (10)

Por Diario de Pernambuco

Suposto estupro teria acontecido no posto do BPRv do Cabo

Preso por suspeita de ter estuprado uma mulher de 48 anos, em um posto do Batalhão da Polícia Rodoviária (BPRv), no cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, o subtenente Valério negou, em depoimento, na quarta (15), ter “feito sexo” com a suposta vítima.

Perguntado na oitiva, conduzida por oficiais responsáveis pelo inquérito militar, o subtenente Valério afirmou que acredita que a mulher fez a denúncia de estupro, que teria acontecido durante uma blitz de trânsito, por causa de uma “possível vingança”.

O Diario de Pernambuco teve acesso ao depoimento prestado pelo subtenente, no qual, ele negou, ao ser questionado se era verdadeira a informação de que teria feito sexo com a mulher.

A versão é de que ela “poderia ter ficado aborrecida e saído do posto com a resposta de que a multa seria aplicada”.

Narrativa

Na narrativa do depoimento, está escrito que o subtenente afirmou que “não é verdade que havia feito sexo com ela”. Também afirmou que “é casado, tem uma filha, um filho e uma esposa e não é necessário está procurando outra mulher fora.”

Ainda segundo o depoimento do subtenente, na blitz, ocorrida na noite de sexta (10), “os demais veículos estavam sendo abordados no local no mesmo horário poderão oportunamente serem levantados para servir como testemunha”.

Mais detalhes

O depoimento foi prestado às 19h de quarta. Logo depois, a Secretaria de Defesa Social (SDS) informou que o subtenente Valério tinha sido preso.

Nessa oitiva, ele afirmou que estava cumprindo ordem de serviço da governadora, expedida pela unidade dele, em apoio a Camil PMPE, no município de Itambé, na Mata Norte.

Após o evento, seguiu para o Cabo de Santo Agostinho, Posto 06, para “fiscalização e participar da “Operação Venari”, com o resto do efetivo.

Durante as abordagens aos veículos, o caro da mulher que denunciou o estupro acabou sendo parado.

Alegou que, ao detectar que a denunciante apresentou o documento vencido do licenciamento 2024, os policiais repassaram para o subtenente, para que ele realizasse a consulta no Sistema para implantação da multa.

No entanto, alegou que não foi possível fazer essa consulta “por ter trocado de celular”.

Também falou sobre o problema no documento do carro da mulher e que ela “fez uma ligação para o proprietário anterior, em viva voz, perguntando se ele já havia pago os débitos, porque ela estava precisando do documento”.

Copo com água

O PM valério, no depoimento, disse que “o proprietário anterior foi bastante ignorante e grosso com a denunciante, humilhando ela, dizendo "tu não paga tuas coisas e vem botar a culpa em mim".

E acrescentou que a mulher falou para o proprietário anterior do carro que teria o veículo apreendido. Nesse momento, o subtenente declarou que homem teria afirmado para ela: "Te vira, o problema é teu”, desligando o telefone “na cara dela”.

O PM informou no depoimento que percebeu que a mulher estava com a família no carro e que “não iria apreender o veículo por ser tarde da noite e não estava conseguindo acessar o sistema de notificação”.

Também alegou que a mulher “agradeceu e disse nunca ter sofrido tamanha humilhação por parte do proprietário anterior do veículo, que este havia se comprometido em entregar a documentação atual do veículo”.

Nesse momento do depoimento, o subtenente falou que a mulher “estava nervosa” e que teria pedido um copo com água.

Valério afirmou, então, que “acompanhou a denunciante até a recepção no interior do Posto Policial, onde encontrava-se um bebedouro, por ser uma Unidade Militar tem armamentos, pertences, equipamentos e ninguém pode entrar sem autorização”.

Disse, ainda, que a mulher ficou “agradecida pelo atendimento”, passou o contato telefônico dela e informou “que tinha uma residência na praia de Gaibu (no Cabo) e se o depoente tivesse interesse de passar um final de semana com a família era só entrar em contato para alugar”.