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Pernambuco tem dez novos casos suspeitos de intoxicação por metanol

Duas pessoas já morreram em decorrência da intoxicação. Ambas morava em Lajedo, no Agreste

Por Adelmo Bernardino de L. Junior

SES-PE confirmou óbito de paciente residente em Lajedo, internado por suspeita de intoxicação por metanol

A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) contabilizou, nesta segunda-feira (13), dez novos casos de intoxicação por metanol, todos associados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas.

Entre esses casos, há três mortes (em Pombos, Cumaru e Caruaru), dois pacientes que receberam alta (ambos no Recife) e cinco que permanecem internados.

Ao todo, oito casos foram descartados. No total, Pernambuco soma 58 notificações de suspeita de intoxicação por metanol, sendo 54 de residentes no Estado e quatro de outros estados.

Entre os pernambucanos, nove pacientes seguem internados, 30 já receberam alta, sendo 15 deles com os casos descartados, nove óbitos foram registrados (três já descartados) e seis pessoas abandonaram o tratamento, metade delas com suspeita excluída.

O metanol, substância altamente tóxica e imprópria para consumo humano, é usado em produtos industriais, como solventes e combustíveis. Quando ingerido, pode causar cegueira, insuficiência respiratória e até a morte. Pequenas quantidades já são suficientes para provocar graves danos ao organismo.

A pasta reforça o alerta à população para que não consuma bebidas alcoólicas de origem desconhecida ou sem procedência comprovada, já que o metanol é incolor e pode ser confundido com o etanol usado em bebidas comuns, mascarando o risco. A recomendação é que qualquer suspeita de intoxicação seja comunicada imediatamente às autoridades de saúde.

Mortes em Pernambuco

As três pessoas contaminadas por metanol em Pernambuco são homens. Dois deles não resistiram e o terceiro ficou com sequelas visuais permanentes. De acordo com informações do governo estadual, exames laboratoriais identificaram metanol tanto no sangue de um dos pacientes quanto nas bebidas consumidas pelos três.

A análise mostrou que o teor da substância era cerca de 300 vezes superior ao limite permitido pela legislação. Em um dos casos, a concentração no sangue chegou a ser cinco vezes maior do que o nível que já exige tratamento imediato, o que demonstra a alta toxicidade da bebida.

As investigações apontam que as vítimas teriam ingerido uísque comprado de um caminhão que circulava pelo município de Belo Jardim, no Agreste, vendendo o produto para revenda. As bebidas apresentavam fortes indícios de adulteração.

A primeira vítima foi identificada como Celso da Silva, de 43 anos, que foi internado no Hospital Mestre Vitalino (HMV), em Caruaru, no dia 2 de setembro e faleceu uma semana depois, no dia 9. A segunda foi Marcelo dos Santos Calado, de 32 anos, internado no mesmo hospital no dia 4 de setembro e que recebeu alta no dia 23, com perda total da visão. O terceiro, Jonas da Silva Filho, cuja idade não foi informada, morreu na madrugada do dia 29 de agosto, antes de ser transferido para o HMV.