A cada 4 dias, uma criança com menos de 10 anos morre de sepse no estado, diz levantamento
No primeiro semestre de 2025, houve 46 óbitos. Isso representa, segundo os dados da SES-PE, uma diminuição de 20,3% em comparação ao mesmo período de 2024, quando foram contabilizados 57 óbitos de crianças de 0 a 9 anos
No primeiro semestre deste ano, a sepse provocou, em média, uma morte de criança menor de 10 anos a cada quatro dias em Pernambuco, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).
A doença é considerada umas das principais causas de mortes evitáveis durante a infância.
No período, houve 46 óbitos. Isso representa, segundo os dados da SES-PE, uma diminuição de 20,3% em comparação ao mesmo período de 2024.
Entre janeiro e junho do ano passado, foram contabilizados 57 óbitos de crianças de 0 a 9 anos. Em 2024, foram registradas 111 mortes.
Esses dados foram levantados, inicialmente, pela Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (SOBRASP) e confirmados pelo Diario de Pernambuco nesta quinta-feira (9).
Em relação ao quantitativo de casos de septicemia na mesma faixa etária, o Estado notificou, durante os sete primeiros meses deste ano, 610 atendimentos. Durante o primeiro semestre de 2024, foram contabilizadas 493 internações pela doença.
Em todo o ano de 2024, foram notificados 1.127 casos de septicemia.
Entenda
A sepse, também conhecida como infecção generalizada, é causada, geralmente, por infecções bacterianas, mas também podem resultar de outras infecções, como vírus, parasitas ou fungos. Na maioria dos casos, é adquirida em ambientes de assistência à saúde.
As infecções associadas à assistência à saúde são provocadas por patógenos frequentemente resistentes a antimicrobianos e podem levar rapidamente à piora das condições clínicas.
A resistência antimicrobiana é um fator importante que dificulta a resposta clínica ao tratamento e acelera a evolução para sepse e choque séptico.
"O diagnóstico precoce e o manejo adequado são medidas decisivas para reduzir a mortalidade. A identificação e o tratamento são parte fundamental nas estratégias de segurança dos pacientes", explicou a infectologista e membro da SOBRASP, Claudia Vidal.
A sepse pode afetar qualquer pessoa, mas casos envolvendo idosos, grávidas, recém-nascidos, crianças, imunocomprometidos e pessoas com outros problemas de saúde têm maior risco de morte.
Principais sintomas em recém-nascidos
Entre os recém-nascidos, alguns sintomas são considerados comuns como: temperatura corporal instável (febre alta ou hipotermia), vômitos, diarreia, inchaço na barriga e icterícia (amarelamento da pele e dos olhos).
Na maioria das vezes, o neonato pode apresentar apatia, irritabilidade, letargia, dificuldade para se alimentar e sucção reduzida. Outro ponto que deve ser observado são os sinais de circulação como pele fria, pálida ou manchas roxas e má perfusão periférica.
Como evitar
A higienização das mãos, além da vacinação seguindo de forma correta o calendário, são as medidas mais eficazes e simples para a prevenção de infecções.
O diagnóstico correto e precoce, além do tratamento adequado, também são medidas importantes para evitar uma possível morte pela doença.
Melhoria do saneamento básico e acesso à água potável de qualidade também são pontos importantes para evitar os casos de septicemia.