Catracas elevadas em ônibus do Grande Recife voltam a ser instaladas e devem coibir invasão nos coletivos
Testes de novos equipamentos devem ter duração de três meses. Eles estavam suspensos por recomendação do Ministério Público
Os passageiros que circulam diariamente nos ônibus do Grande Recife deverão perceber a presença das catracas elevadas nos próximos dias. Os equipamentos haviam saído de circulação em 2023 após o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendar a retirada devido a uma passageira que ficou presa. Com a retomada, o hábito de pulá-las pode estar com os dias contados.
O objetivo do equipamento é impedir o deslocamento no veículo de forma irregular, seja entrando pelas portas traseiras ou passando por cima das catracas. No entanto, as catracas que estão sendo instaladas nos veículos que integram o Grande Recife Consórcio de Transportes Metropolitano devem ser mais acessíveis por recomendação do Ministério Público a fim de evitar transtornos aos passageiros que embarcam com sacolas ou com crianças de colo.
Por meio de nota, a Urbana-PE confirmou que, “conforme determinação do órgão gestor, estão sendo testados dispositivos de combate à invasão em alguns ônibus do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife”.
“Todo o processo - da escolha dos modelos dos dispositivos ao acompanhamento dos resultados - tem sido realizado em conjunto pelo Grande Recife Consórcio de Transporte, pelas áreas técnicas das empresas operadoras e pelo Ministério Público de Pernambuco”, complementa a nota.
Os testes iniciais devem durar três meses e são feitos nos coletivos das concessionárias MobiBrasil e Conorte. Além disso, um vídeo circula nas redes sociais mostrando a montagem do equipamento dentro de um ônibus da permissionária Caxangá/Metropolitana.
A retomada das catracas elevadas divide opiniões dos usuários do transporte público. Para a recepcionista Jamily Alves, de 41 anos, os equipamentos não são funcionais. “Não sou a favor das catracas por questões de segurança e porque temos que pensar no todo. Algumas pessoas são mais gordinhas e acabam ficando presas, e outras não sabem usar a catraca. Isso é ruim. O passageiro sofre. Pular a catraca é errado, mas há pessoas que não têm condições de pagar a passagem e, por isso, pulam”, opina.
Outros passageiros acreditam que a forma de coibir a invasão nos coletivos é válida. “Acho positivo, porque considero injusto alguns pagarem passagem e outros não. Já usei essa catraca e não tive problemas, porque sempre pago a passagem. Passo mais de duas horas dentro do ônibus todos os dias e não acho justo que algumas pessoas entrem sem pagar”, destaca a cuidadora de idosos Rosângela Joana, de 42 anos, que todos os dias sai de Boa Viagem, no Recife, para trabalhar em Jardim Paulista.
O novo modelo foi projetado para deixar o eixo central da catraca livre, o que deve facilitar a passagem de mochilas e bolsas. Além disso, pessoas com deficiência (PCD) e passageiros obesos poderão embarcar pela porta do meio nos coletivos que receberem o novo equipamento.