Perigo invisível do metanol: SDS alerta para cuidados na compra de bebidas e explica perícias
No estado, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) trabalha com quatro possíveis casos de intoxicação; São dois em Lajedo, e um em João Alfredo, no Agreste, além de outro em Olinda, no Grande Recife
Diante dos registros de casos suspeito de intoxicação por metanol colocado em garrafas de bebidas alcoólicas, a Secretaria Estadual de Defesa Social (SDS-PE) fez um alerta, pelas redes sociais: é preciso ter cautela ao comprar esses produtos.
A SDS também explicou o papel do Instituto de Medicina Legal (IML) nas investigações desses episódios.
No estado, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) trabalha com quatro possíveis casos de intoxicação; São dois em Lajedo, e um em João Alfredo, no Agreste, além de outro em Olinda, no Grande recife.
São investigadas duas mortes, bem como duas ocorrências de pessoas que tiveram problemas de visão.
Perícia
Segundo o médico legista do IML, Mauro Catunda, a perícia é fundamental para confirmar ou descartar a presença da substância nas vítimas.
“Nos casos de suspeita de intoxicação, realizamos a necropsia e coletamos amostras biológicas encaminhadas para análise laboratorial. Só após essa confirmação é possível atestar se houve, de fato, ingestão da substância”, explicou.
O profissional destacou ainda que apenas os achados macroscópicos no exame não são conclusivos.
Segundo ele, resultados como inchaço interno e necrose em órgãos podem aparecer, mas não são suficientes para dar um diagnóstico definitivo. “O que dá certeza é a análise laboratorial em conjunto com a história clínica da vítima”, completou.
Perigo para o corpo
O metanol é uma substância tóxica, de uso industrial, que não pode ser consumida por humanos.
A presença desse produto em bebidas alcoólicas é resultado de adulteração e oferece sérios riscos à saúde, podendo causar intoxicações graves, cegueira e até a morte.
Nesse contexto, a SDS orienta que os consumidores redobrem a atenção na hora da compra.
É importante observar se o lacre da garrafa está intacto, se o selo fiscal está presente e se o rótulo apresenta impressão regular, sem falhas ou desalinhamentos.
As tampas também podem dar sinais de adulteração: marcas originais costumam ter logomarcas bem centralizadas e alinhadas, enquanto garrafas reutilizadas podem apresentar figuras tortas ou desalinhadas.
Outra orientação é desconfiar de preços muito abaixo do valor de mercado e evitar a aquisição de bebidas em vendedores informais ou a partir de compras digitais.
Segundo o perito criminal da Polícia Científica de Pernambuco, Rafael de Arruda, não há motivo para pânico, mas sim para cautela e atenção.
“A população não precisa entrar em desespero. Basta avaliar se o produto atende aos padrões de sempre. Se houver dúvida sobre a procedência, o mais seguro é não consumir”, destacou.
Ele também destacou a importância de procurar atendimento médico imediato quando os sintomas persistirem ou se agravarem após cerca de 12 a 24 horas da ingestão da bebida alcoólica, especialmente se forem mais intensos do que os de uma ressaca comum.