Agroecologia e cidadania: Centro Sabiá foca em apoio à agricultura familiar e ao semiárido no Estado
O Centro Sabiá, criado em 1993, atua em todas as regiões do Estado de Pernambuco para auxiliar a população que vive da agricultura familiar
Agroecologia e cidadania: esses são dois dos principais pilares do trabalho do Centro Sabiá, uma organização não governamental (ONG) que atua em todo o Estado há 31 anos, auxiliando a população pernambucana que vive da agricultura familiar, avlorizando saberes tradicionais e promovendo cidadania rural.
Fundada em 1993 e sediada no Recife, o Centro Sabiá, nasceu para ser um aparelho de combate à fome, e se tornou um agente imprescindível para cerca de duas mil famílias que recebem apoio de desenvolvimento para agricultura agroflorestal, também conhecida como agrofloresta ou sistemas agroflorestais.
“O Centro Sabiá faz um trabalho prioritário de assessoria técnica à agricultura familiar, à quilombolas, à comunidade tradicionais no sentido de garantir que os agricultores possam construir um processo de transição agroecológica, sair de uma agricultura que usa, insumos químicos, adubo químico, principalmente transgênico, para uma agricultura mais ecológica em uma transição agroecológica”, conta o Coordenador de Mobilização Social do Centro Sabiá, Carlos Magno.
O Centro trabalha a agroecologia também uma vertente de transformação social, além da questão ambiental, Carlos detalha. “A agroecologia não é apenas essa perspectiva da mudança dos insumos, mas é uma perspectiva de você respeitar, por exemplo, o direito das mulheres, construir um ambiente familiar e a cidadania, destacar o papel das mulheres na agricultura. É também uma mudança sociocultural”.
A organização mira consolidar esse papel de apoio às populações vulneráveis e de mediação entre estes grupos e outros agentes, para alcançar mais pessoas. Atualmente, a organização tem levantado a pauta da visibilidade para o semiárido brasileiro, abrangendo também a questão climática. “A gente tem apostado nisso de conseguir consolidar essa posição, de ser esse sujeito protagonista dessa ação climática no semiárido, de uma organização que trabalha com isso e que problematiza isso”, compartilha Carlos.
Sobre o futuro do Centro, a expectativa é continuar aprimorando o trabalho para auxiliar quem precisa.
“A gente tem um trabalho no território pernambucano de muita transformação mesmo, e isso faz com que a gente possa estar em espaços maiores falando, trazendo esses debates nacionais e internacionais, mas é porque a gente tem o pé no chão assim, com o pé fincado na realidade, com as famílias agricultoras, com as organizações camponesas, indígenas, né, com os povos tradicionais. A gente não representa essas organizações que elas têm seus próprios representantes, mas a gente tá junto delas e tem legitimidade para fazer esse debate”, destaca Carlos.
A partir do importante trabalho, o Centro conquista espaços valiosos para defender as pautas que valoriza. A organização estará presente na próxima Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, também chamada de COP30, em Belém, no Pará.
“A gente tá no momento de assim, de expansão, mas sobretudo, do desejo de impactar mais gente e de construir pontes”, diz o coordenador.