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Educação em Foco: Aluna pernambucana conquista ouro inédito na OIAB

A estudante do 3º ano do Ensino Médio do Colégio GGE fez história como a primeira representante de Pernambuco na competição

Por Luíza Cabral Saraiva - Estúdio DP

A trajetória de Júlia até o ouro começou em 2024, quando ela conquistou a prata na Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB)

A estudante Júlia Miranda, do 3º ano do Ensino Médio do Colégio GGE, unidade Parnamirim, conquistou a medalha de ouro na 18ª Olimpíada Iberoamericana de Biologia (OIAB), realizada entre os dias 7 e 14 de setembro, em Armênia, na Colômbia. Ela integrou a delegação brasileira, responsável pelo melhor desempenho do país desde a criação da competição.

Na estreia, Júlia alcançou a terceira maior nota individual entre estudantes de 17 países da América Latina, além de Portugal e Espanha. A sua participação também marcou um feito inédito para o Pernambuco, que, pela primeira vez, foi representado na disputa.

Este ano, a competição foi composta por duas provas teóricas e três provas práticas que abordaram temas como anatomia e fisiologia animal e vegetal, genética, biologia celular, ecologia, etologia e biossistemática.

Desde a sua criação em 2007, a OIAB visa despertar e estimular o interesse dos jovens pelo estudo das ciências biológicas e promover uma relação de amizade entre alunos e professores de diferentes países, favorecendo a troca de experiências e aprendizados.

“Ganhar uma medalha de ouro na Olimpíada Iberoamericana foi a realização de um sonho e a prova de que, mesmo diante de grandes dificuldades, quando a gente se dedica é possível chegar lá. No início, me diziam que conquistar um bronze já seria muito. Hoje, ao alcançar o ouro, sinto que quebrei essa ideia de que certas coisas são impossíveis”, afirma Júlia.

Marcada por esforço e persistência, a trajetória de Júlia até o ouro começou em 2024, quando ela conquistou a prata na Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB), organizada pelo Instituto Butantan. Em 2025, competiu novamente na OBB e dessa vez alcançou o ouro, garantindo uma vaga na seletiva nacional realizada em São Paulo.

Após as provas teóricas e práticas, foi escolhida para integrar a delegação de quatro estudantes que viriam a representar o Brasil na Iberoamericana.

O professor de biologia do GGE, Juan Tavares, acompanhou a estudante em toda a sua jornada e destacou a importância da conquista. “Esse resultado só foi possível porque houve uma união entre família, escola e o esforço da própria aluna. Ver esse crescimento desde a prata até o ouro é motivo de muito orgulho para todos nós”, ressalta. Para se preparar para as provas práticas da competição, Júlia também recebeu o apoio de professores de diferentes disciplinas no laboratório do GGE.

A cada ano, o interesse pelas olimpíadas científicas aumenta nas escolas do Brasil. Além de promover o desenvolvimento das habilidades cognitivas e emocionais e a melhora do desempenho e do engajamento nos estudos, elas também auxiliam na construção da trajetória acadêmica dos alunos, servindo como porta de entrada para as principais universidades do país. 

Entre livros, simulados e uma rotina intensa de estudos, a garota conta que passou quase um ano conciliando os estudos preparatórios para a Olimpíada com a escola e os vestibulares. “Eu acordava às 3h da manhã para ler livros de referência e, mais tarde, fazia simulados internacionais. Foi cansativo, mas também muito gratificante ver todo o esforço se transformar em resultado”, conta.

Para ela, a medalha também é uma forma de incentivar a presença feminina nas olimpíadas científicas. “Quero que essa conquista sirva de inspiração para outras meninas. Muitas vezes a gente olha para essas competições e não vê tanta representatividade feminina. Mas se não tem nenhuma, você vai ser a primeira e vai ser incrível. Nós somos capazes e merecemos estar no topo dessas competições”, finaliza a estudante.