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Pais denunciam erro médico após bebê morrer com pulmões perfurados em hospital no Recife

João Miguel Alves, de 1 ano e 10 meses, estava tratamento um pneumonia na Unimed, onde morreu

Por Adelmo Lucena

João Miguel Alves da Silva morreu com apenas 1 ano e 10 meses na Unimed

Um bebê de apenas 1 ano e 10 meses morreu após ter os dois pulmões perfurados durante um tratamento de pneumonia na Unimed Recife. Os pais de João Miguel Alves da Silva denunciam erro médico nos procedimentos e levaram o caso para a Polícia Civil. O caso aconteceu há seis meses e foi exposto pelos pais do menino nesta semana.

O menino teria tido os dois pulmões perfurados durante a colocação de um acesso central. A família afirma que o procedimento resultou em complicações irreversíveis.

Os primeiros sinais de problemas começaram em setembro do ano passado, quando João Miguel apresentou sintomas de pneumonia. Ele foi levado ao hospital, mas, segundo os pais, recebeu alta apenas com prescrição de antibióticos, sem a realização de exames. Meses depois, voltou à mesma unidade com amidalite e novamente foi liberado sem investigações mais detalhadas.

No início de janeiro, após sucessivas crises de vômito, o bebê precisou ser internado na UTI. A mãe, a auxiliar administrativa Thais Paulino, recorda que naquele momento recebeu informações de que o filho estava bem. Pouco depois, no entanto, a família foi informada de que seria necessário realizar a colocação de um acesso central.

Segundo o pai, o porteiro da Unimed, Gidson Alves, foi nesse procedimento que os problemas começaram a acontecer.

“Meu filho foi tratar uma pneumonia. Quando foi colocar o acesso foi para tratar uma pneumonia. O pulmão já está um pouco comprometido. E depois furam os dois pulmões do meu filho. Isso já tirou a chance de vida do meu filho. Como que deixa de tratar a pneumonia e vai tratar um erro deles [dos médicos], quando deu pneumotórax (colapso pulmonar)”.

Diante da complicação, a equipe médica decidiu realizar uma cirurgia de emergência.

“Quando desceram com ele para fazer essa cirurgia no bloco, meu filho já desceu em um estado muito crítico. Foram muitas horas para eles perceberem que os dois pulmões do meu filho estavam perfurados. Fizeram uma cirurgia que demorou horas e quando saíram com Miguel, saíram desesperados. Foi muito rápido. Eu só escutei quando meu esposo disse assim: ‘doutora, ele está muito pálido, meu filho está muito gelado’”, disse a mãe de Miguel.

Thais conta que percebeu quando os médicos tentaram reanimar a criança. “Eu pedi muito a Deus que devolvesse a vida do meu filho de volta. Eu precisava da vida do meu filho e a gente clamou por tudo. Eu perdi totalmente os sentidos, meu corpo desfaleceu e, depois de muito tempo, duas médicas (da UTI e a cirurgiã que colocou o acesso) nos chamaram na sala. Quando eu entrei, eu já sabia que elas iam falar”.

A mãe também afirma que, mesmo após a morte da criança, a equipe tentou que o pai assinasse uma autorização referente ao procedimento, “Foi uma sucessão de erros e a gente sabe o que aconteceu. Depois que meu filho veio a óbito vieram com um papel para o meu esposo assinar [para ele] autorizar a cirurgia que tinham feito no meu filho e meu esposo disse que não ia assinar nada”.

O Instituto de Medicina Legal (IML) confirmou que havia perfurações nos dois pulmões da criança. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso.

O que diz a Unimed

Em nota, a Unimed informou que “toda a assistência foi prestada ao paciente e reforça ainda seu compromisso incondicional com a qualidade e segurança dos pacientes, seguindo rigorosos protocolos técnicos, com respaldo científico”.