Vítima de naufrágio em Ipojuca pede investigação por omissão de socorro
Defesa do urologista Seráfico Júnior solicitou à Polícia Civil que investigasse possível omissão de socorro da SDS em naufrágio que vitimou a advogada Maria Eduarda Medeiros
Pouco mais de dois meses após o naufrágio que vitimou a advogada Maria Eduarda Medeiros, de 38 anos, a defesa do urologista Seráfico Júnior, de 55, solicitou à Polícia Civil de Pernambuco que investigasse possível omissão de socorro. A informação foi confirmada ao Diario de Pernambuco por fontes ligadas ao caso.
A reportagem apurou que a Polícia Civil investiga se a demora no socorro pode ter contribuído para a morte da advogada. A investigação também deve buscar apurar quanto tempo levou para o Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods) notificar o Corpo de Bombeiros e porquê helicópteros da Secretaria de Defesa Social (SDS) não foram acionados para circular na área.
No final de junho, Maria Eduarda e o noivo saíram de um condomínio na praia de Muro Alto, em Ipojuca, a bordo de um tipo de barco movido a vela, indicado para áreas rasas. Durante uma manobra, na Boca da Barra do Rio Ipojuca, onde o rio se encontra com o mar, a correnteza teria virado o barco e puxado o casal para mar aberto.
De acordo com Ademar Rigueira, advogado de Seráfico, em coletiva no dia 27 de junho, o casal teria nadado por duas horas, até serem arremessados pelas ondas contra as rochas. Teria sido nesse momento que Maria Eduarda desmaiou e veio a falecer.
Na época do fato, a defesa de Seráfico Júnior informou que o Ciods recebeu um chamado de "barco à deriva" às 17h08. Minutos depois, às 17h20, foi confirmado um barco à deriva à 1 km da costa.
"Às 17h20 confirmaram se realmente havia um barco à deriva e havia. Isso foi bem antes do barco afundar. O Ciods já sabia que havia um barco afundando ali", afirmou Ademar Rigueira. Ainda de acordo com ele, apenas às 18h56, o Ciods informou sobre o fato à Capitania dos Portos.