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MP denuncia casal que impediu personal de entrar em banheiro ao confundi-la com mulher trans

O caso aconteceu em maio deste ano em uma academia em Boa Viagem, no Recife

Por Adelmo Lucena

A personal trainer e fisiculturista Kely Moraes foi confundida com uma mulher trans

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciou o casal acusado de impedir a personal trainer e fisiculturista Kely Moraes, de 45 anos, confundida com uma mulher trans, de usar o banheiro feminino em uma academia no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

O caso aconteceu em maio e o casal envolvido na ocorrência foi indiciado pelo crime de injúria transfóbica. O inquérito foi concluído pela Polícia Civil neste mês e enviado ao MPPE.

O órgão denunciou Karolaine Klecia da Silva e Marcos Aurélio Mendes Leite, flagrados por uma câmera de segurança da academia impedindo o acesso da aula ao banheiro feminino.

O crime de Injúria transfóbica refere-se a ofensas verbais ou escritas direcionadas a pessoas transexuais ou transgêneros, com o objetivo de menosprezá-las ou discriminá-las por sua identidade de gênero. O Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou a transfobia ao crime de injúria racial, que por sua vez, é considerado uma forma de racismo.

Na denúncia oferecida pelo MPPE é sugerido que o casal pague à vítima um valor de R$ 20 mil em caso de condenação.

Relembre o crime

O constrangimento, que foi seguido de violência verbal, começou quando a personal trainer foi surpreendida por uma aluna da academia, que tentou impedir seu acesso ao banheiro feminino, afirmando que ela não poderia usar aquele espaço.

A personal contou ter ficado sem entender e diz que se aproximou da aluna para questioná-la sobre o motivo de não poder usar aquele banheiro.

Durante a confusão, um homem que acompanhava a mulher também tentou impedir o acesso da personal ao banheiro e deu continuidade às agressões. Parte da cena foi filmada e o vídeo circula nas redes sociais.

Na gravação, uma aluna grávida sai em defesa de Kely. “Mostra a sua identidade, Kely, pra provar a ele também. Tu é ridículo. Ela é mulher”, afirma.

O homem continuou com as ofensas: “Num tem um banheiro pra ela. Num tem um banheiro lá embaixo pra ela”. Kely então questiona: “Tem um banheiro lá embaixo pra quem?”. O homem responde: “Pra você”. Ao que Kely rebate: “Eu sou o quê?”. E o homem afirma: “Mulher inclusa. É inclusivo lá embaixo”.