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Justiça condena DJ Jopin e familiares por lavagem de dinheiro e associação criminosa

O DJ foi conenado a 7 anos e 7 meses de prisão em regime semiaberto

Por Adelmo Lucena

DJ Jopin foi condenado a mais de 7 anos de prisão

A Justiça de Pernambuco condenou, nesta quinta-feira (7), José Pinteiro da Costa Júnior, conhecido como DJ Jopin, e outras quatro pessoas pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Entre os condenados estão o pai e a mãe do DJ,também acusados de usar empresas da família em um esquema que, ao longo de cinco anos, teria provocado uma sonegação fiscal de R$ 65 milhões.

Segundo a sentença, Jopin foi condenado a 7 anos e 7 meses de prisão em regime semiaberto, além do pagamento de multa. Os réus poderão recorrer da decisão.

A condenação ocorre seis anos após a prisão dos acusados na Operação Mar Aberto, deflagrada pela Polícia Civil e pela Secretaria da Fazenda. Na época, foram apreendidos 28 carros de luxo. Jopin foi liberado três dias depois e respondeu ao processo em liberdade.

A decisão foi assinada pela juíza Roberta Vasconcelos Franco Rafael Nogueira, da Vara dos Crimes Contra a Administração Pública e a Ordem Tributária da Comarca da Capital. Na sentença, a magistrada destacou que o DJ era sócio de empresas usadas para ocultar patrimônio e realizar movimentações financeiras incompatíveis com a capacidade econômica dessas firmas.

Ainda conforme a magistrada, o parentesco entre os acusados foi utilizado para encobrir a prática dos crimes. As investigações apontam que o esquema era liderado pelo pai de Jopin, José Pinteiro da Costa Neto.

Penas aplicadas:

  • José Pinteiro da Costa Neto (pai de Jopin): 12 anos e 7 meses de reclusão em regime semiaberto e multa, por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
  • Andréa Bandeira de Melo Pinheiro (mãe de Jopin): 7 anos e 7 meses de reclusão em regime semiaberto e multa, por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
  • Aníbal Teixeira de Vasconcelos Pinteiro (primo de Jopin): 7 anos e 7 meses de reclusão em regime semiaberto e multa, por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
  • Rômulo Robérico Tavares Ramos (apontado como operador financeiro): 13 anos de prisão em regime fechado e multa, por lavagem de dinheiro, associação criminosa e uso de documento falso.

O esquema

De acordo com a Polícia Civil, a família de Jopin atuava em negócios relacionados à promoção de eventos e fabricação de embarcações. O DJ seria um dos nove integrantes da organização criminosa, sob comando do pai, José Pinteiro da Costa Neto.

As investigações indicam que impostos eram sonegados e, posteriormente, os valores eram “lavados” por meio de empresas de fachada. O esquema começou a chamar atenção da Secretaria da Fazenda em 2012, quando foram identificadas 77 execuções fiscais contra José Pinteiro na Procuradoria-Geral do Estado. As apurações formais tiveram início em 2017.

Segundo a denúncia, Jopin atuava principalmente por meio da empresa We Do Eventos, responsável por festas em praias do litoral pernambucano e montagem de camarotes em grandes eventos como Carnaval e São João. A We Do fazia parte de um conjunto de 11 empresas envolvidas na operação.

Ainda de acordo com a polícia, Rômulo Robérico Tavares Ramos era o homem de confiança de José Pinteiro. Ele assinava procurações e realizava transações financeiras para contas de outros familiares, com o objetivo de distanciar os valores sonegados das empresas investigadas.

O Diario de Pernambuco tentou entrar em contato com a defesa do DJ, mas não obteve retorno.