Barragem de Panelas II é inaugurada após uma década
Obra da barragem ficou paralisada desde 2014, quando a construção havia atingido 50% do previsto, e é importante para controle das cheias na Mata Sul
A inauguração da Barragem Panelas II neste terça (2), uma entrega aguardada há mais de dez anos, marca a conclusão de uma das obras mais importantes para o controle de cheias na Zona da Mata Sul de Pernambuco. O equipamento será oficialmente colocado em funcionamento após ter ficado paralisado desde 2014, quando sua construção havia atingido apenas 50% do previsto.
A história da barragem começou após as enchentes de 2010, quando o estado, na época governado por Eduardo Campos, definiu um conjunto de obras estruturantes para reduzir o impacto das cheias dos rios Una, Panelas e Sirinhaém. Panelas II surgiu como parte do Sistema de Controle de Cheias, ao lado das barragens de Serro Azul, Gatos, Igarapeba e Barra de Guabiraba. Embora o projeto tenha sido iniciado nas gestões da época, junto a outros empreendimentos do pacote, apenas Serro Azul avançou e foi concluída dentro do cronograma original, em 2017. As demais foram interrompidas entre 2014 e 2015, e permaneceram assim por quase uma década.
Panelas II, inicialmente orçada junto às demais obras do sistema, já havia recebido investimentos nas duas primeiras etapas, que somaram R$ 47,3 milhões. Entretanto, sem continuidade, a estrutura permaneceu inacabada, apesar da relevância para o controle das enchentes que afetam municípios do Agreste e da Mata Sul. Sua capacidade projetada, 16,9 milhões de metros cúbicos, permitiria reduzir significativamente o impacto das cheias do Rio Panelas e do Rio Una, mas a obra não avançou durante oito anos da gestão estadual que sucedeu Eduardo Campos.
Somente em 2024, quando o empreendimento foi reclassificado como prioritário no âmbito do Novo PAC, a terceira etapa da construção foi autorizada e recebeu aporte federal superior a R$ 83 milhões, além de recursos estaduais adicionais. No planejamento atualizado, a conclusão foi orçada em R$ 55,8 milhões para as obras civis, somados a mais de R$ 20 milhões destinados a programas ambientais, reflorestamento e segurança de barragens. O Governo Federal também passou a liberar parcelas periódicas, incluindo cinco repasses de cerca de R$ 11,5 milhões cada, para assegurar o ritmo dos trabalhos.
A retomada permitiu concluir os 50% restantes da estrutura, levando à finalização de um equipamento capaz de beneficiar mais de 200 mil pessoas. Além de conter cheias, Panelas II também poderá reforçar o abastecimento hídrico de Cupira, Panelas e Lagoa dos Gatos, ampliando sua importância para a dinâmica econômica regional.