° / °
Cadernos Blogs Colunas Rádios Serviços Portais

Embaixada dos EUA no Brasil e vice-secretário norte americano acusam Moraes de "politizar o processo"

O vice-secretário de estado dos Estados Unidos criticou a prisão preventiva de Bolsonaro

Por Igor Fonseca

Embaixada dos EUA no Brasil e vice-secretário norte americano acusam Moraes de "politizar o processo"

A embaixada dos Estados Unidos no Brasil compartilhou uma publicação do vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, criticando a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de determinar a prisão preventiva de Jair Bolsonaro.

Em seu post, na rede social X (antigo Twitter), Landeau afirmou que Moraes expôs o STF à "vergonha e ao descrédito internacional".

"O juiz Moraes, um violador de direitos humanos sancionado, expôs o Supremo Tribunal Federal do Brasil à vergonha e ao descrédito internacional ao desrespeitar normas tradicionais de autocontenção judicial e politizar de forma escancarada o processo judicial", escreveu Landeau, em um post que posteriormente foi traduzido para o português e republicado pela embaixada dos EUA no Brasil.

O vice-secretário classificou a prisão de Bolsonaro como "desnecessária" e afirmou que os Estados Unidos estão "profundamente preocupados".

"Os Estados Unidos estão profundamente preocupados diante de seu mais recente ataque ao Estado de Direito e à estabilidade política no Brasil: a provocativa e desnecessária prisão do ex-presidente Bolsonaro, que já estava em prisão domiciliar sob forte vigilância e com rígidas restrições de comunicação. Não há nada mais perigoso para a democracia do que um juiz que não reconhece limites para seu poder", concluiu Landeau.

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso na manhã desse sábado (22) após tentar violar a tornozeleira eletrônica.

Em audiência de custódia neste domingo (23), Bolsonaro disse que a tentativa de violar a tornozeleira eletrônica foi motivada por “paranoia” e “alucinação” causadas pelo uso de medicamentos psiquiátricos. As declarações foram dadas à juíza Luciana Yuki Fugishita Sorrentino, que atua como auxiliar no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

“Indagado acerca do equipamento de monitoramento eletrônico, o depoente respondeu que teve uma “certa paranoia” de sexta para sábado em razão de medicamentos que tem tomado receitados por médicos diferentes e que interagiram de forma inadequada (Pregabalina e Sertralina)”, diz a ata da audiência. O documento também atesta que o ex-presidente alegou ter “o sono picado e não dorme direito”.

Bolsonaro também disse à juíza que “estava com “alucinação” de que tinha alguma escuta na tornozeleira, tentando então abrir a tampa”. Também alegou que não se lembra de ter tido “surto dessa natureza em outra ocasião”. O depoente disse que tomar um dos remédios cerca de quatro dias antes de ser preso.

* Com informações do Estadão Conteúdo