Aliados de Bolsonaro reagem e falam em "perseguição política" após prisão
Parlamentares do PL e apoiadores próximos do ex-presidente acusam Alexandre de Moraes de abuso de autoridade, pedem anistia e mobilizam base com discursos de inocência e apelos por oração
A prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL), na manhã deste sábado (22/11), desencadeou uma onda imediata de manifestações de aliados do ex-presidente. Entre parlamentares do PL e nomes próximos ao bolsonarismo, prevaleceram acusações de perseguição política, críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e apelos por orações. Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado por quebra reiterada de medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O deputado Diego Garcia (Republicanos-PR) classificou a decisão como “ditadura do Judiciário” e pediu reação do Congresso Nacional. “O Congresso precisa urgentemente se levantar contra os abusos dessa ditadura imposta pelo STF. Intensifiquemos as orações pela família do Bolsonaro. A justiça divina não falha”, declarou.
Num vídeo gravado em frente à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, o deputado Hélio Lopes (PL-RJ), conhecido como Hélio Bolsonaro, relatou ter acompanhado o momento em que o ex-presidente foi conduzido. Visivelmente emocionado, afirmou que não conseguia “nem falar direito” e pediu orações. “É triste, mas é verdade. Meu irmão Jair Bolsonaro foi recolhido. Um cidadão do bem que não fez nada”, disse.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que Bolsonaro “sempre será inocente” e classificou a prisão como a “maior perseguição política da história do Brasil”. Ele também citou “coincidências de um psicopata”, em alusão ao ministro Alexandre de Moraes, que revogou a prisão domiciliar e determinou a prisão preventiva do ex-presidente.
O deputado Leandro de Jesus (PL) chamou a decisão de “ato perverso calculado” e disse que a “perseguição política vai ter um fim”. Já a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou que Moraes “fez o que ameaçou o tempo todo” e defendeu que a Câmara vote “imediatamente a anistia”.
As manifestações se intensificam enquanto o Palácio do Planalto, o STF e a própria Polícia Federal ainda não comentaram publicamente os desdobramentos da operação desta manhã.
Entenda a prisão
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado (22/11), na casa dele, no Jardim Botânico, em Brasília. Ele está detido agora na Superintendência da Polícia Federal, no Setor Policial Sul, onde aguarda audiência de custódia, marcada para este domingo.
A prisão é preventiva, sem prazo determinado, e foi solicitada pela Polícia Federalao Supremo Tribunal Federal (STF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com o pedido.
A prisão preventiva de Bolsonaro não tem relação direta com a condenação na trama golpista, mas, sim, com a quebra reiterada de medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo os investigadores, o ex-presidente mexeu na tornozeleira eletrônica às 0h08 deste sábado, violou regras de monitoramento, manteve contatos proibidos e estimulou movimentações políticas mesmo sob restrições.