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Lula participará da cúpula da Celac em 'solidariedade' com a Venezuela

A cúpula ocorre enquanto Washington intensifica sua pressão sobre a Venezuela

Por AFP

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajará à Colômbia para participar da cúpula Celac-UE, em "solidariedade" com a Venezuela, anunciou nesta quarta-feira (5) o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em meio ao aumento das tensões entre o país caribenho e os Estados Unidos.

A cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos e da União Europeia será realizada no próximo domingo e segunda-feira na cidade de Santa Marta.

Vieira afirmou que a reunião mostrará "um apoio, uma solidariedade regional à Venezuela tendo em vista que o presidente [Lula] repetidamente já disse que é a posição da nossa política externa de que América Latina e sobretudo América do Sul, nós estamos em uma região de paz e cooperação".

Lula está em Belém para liderar a cúpula de líderes da COP30 do clima, na quinta e na sexta-feira. Na segunda, deve dar início à conferência climática da ONU.

Em entrevista concedida na última terça-feira a agências internacionais, entre elas a AFP, o presidente afirmou que tinha "muitas dificuldades" para comparecer à Celac, mas deixou a porta aberta. "Como o Brasil é o país mais importante que faz parte da Celac, se eu não for, vai ser uma situação desagradável", declarou.

A cúpula ocorre enquanto Washington intensifica sua pressão sobre a Venezuela.

O presidente americano, Donald Trump, ordenou um importante deslocamento militar no Caribe para operações antidrogas que deixaram dezenas de mortos.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusado por Trump de liderar um cartel de drogas, garante que o verdadeiro objetivo de Washington é "impor uma mudança de regime" em Caracas e se apoderar do petróleo venezuelano.

Lula rejeitou na terça-feira uma eventual incursão terrestre dos Estados Unidos em território venezuelano e reiterou que "um problema político a gente não resolve com armas. A gente resolve com diálogos".

Os Estados Unidos poderiam "tentar ajudar" os países em seu combate ao tráfico de drogas e "não ficar atirando contra esses países", afirmou Lula, ao mesmo tempo em que se ofereceu para atuar como mediador no conflito.