LDO 2026: Base governista consegue manter vetos da governadora Raquel Lyra à propostas da oposição
O placar foi de 24 votos favoráveis e 4 contrários, entre os 32 parlamentares que marcaram presença no plenário
A base governista da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) conseguiu se articular e manteve por maioria, os vetos da governadora Raquel Lyra (PSD) às mudanças feitas pela oposição na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026. O placar foi de 24 votos favoráveis e 4 contrários, entre os 32 parlamentares que marcaram presença no plenário nesta quinta-feira (23).
Os vetos da governadora foram em modificações propostas pelos parlamentares nas Comissões de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ) e de Finanças, Orçamento e Tributação. Entre elas, o pedido de inclusão de regras de transparência nas despesas em publicidade e propaganda das ações da gestão. Segundo a governadora, na justificativa do veto, a medida já está prevista por leis federais.
A votação contou com a presença em peso da base governista, orientada pela líder Socorro Pimentel (União Brasil), conseguindo assim número de presentes suficientes para manter a discussão dos vetos em votação. A oposição precisava de 25 votos para rejeitar as decisões da governadora, mas não contou com a presença da maioria dos parlamentares oposicionistas.
O deputado Diogo Moraes (PSDB), que faz oposição ao governo Raquel Lyra, lamentou o resultado e criticou o que chamou de falta de diálogo do governo com os parlamentares.
“Nós (oposição) queríamos dialogar com o governo, o governo inclusive pediu para ter essa conversa. Se adiou por mais de uma semana a votação para ver em quais pontos poderíamos entrar em acordo. O governo não (nos) procurou, ainda jogou para a plateia dizendo que estávamos atrasando o LDO”, afirmou.
O parlamentar destacou ainda que os vetos atingem pontos importantes para a transparência e a redistribuição de recursos.
“São vetos a pontos muito sensíveis, como transparência no gasto com publicidade, divisão do excesso de arrecadação para com os poderes, a redistribuição de uma parte do FEEF (Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal) para os municípios. Não é nada de outro mundo, e o governo mostra mais uma vez sua insensibilidade perante a gente poder ter mais transparência, mais inclusão, redistribuir recursos para aqueles que estão precisando”, avaliou.
Procurada para comentar o resultado da votação, a líder do governo, deputada Socorro Pimentel (UB), não respondeu.
Veto da isenção ao SSA
Na mesma sessão, os deputados também votaram outro veto de Raquel Lyra, sobre a isenção da taxa do Sistema Seriado de Avaliação (SSA), vestibular da Universidade de Pernambuco (UPE). O veto foi mantido por 18 votos a 10, apesar da proposta ter sido apresentada por Jarbas Filho (MDB), integrante da própria base governista.