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"Não há imunidade absoluta contra o vírus do autoritarismo que destila seu veneno", diz Cármen Lúcia

Cármen Lúcia destacou que seu voto tem 396 páginas, mas que lerá um resumo

Por Jorge Cosme e Mareu Araújo

A ministra Cármen Lúcia.

A ministra Cármen Lúcia iniciou, na tarde desta quinta-feira (11), o voto que pode definir a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por participação em trama golpista. No início do voto, a ministra declarou que “aventuras ditatoriais” ocorrem mesmo quando a sociedade toma cuidados políticos e institucionais.

"Em nenhum lugar no mundo, muito menos aqui, se tem imunidade absoluta contra o vírus do autoritarismo, que se insinua insidioso, destilando seu veneno a contaminar liberdades e direitos humanos", ela disse.

"Não poucas vezes, aliás, núcleos, surrupiados por antidemocratas, tentaram se fazer valer de titulares desses mesmos direitos", acrescentou a ministra, destacando que a legislação buscou, então, tipificar o crime de golpe de Estado.

Cármen Lúcia destacou que seu voto tem 396 páginas, mas que lerá um resumo. Na quarta-feira (10), o voto de Luiz Fux chamou atenção pela duração de cerca de 14 horas.

“Nossa república tem um melancólico histórico de termos poucos republicanos. E por isso, a importância de cuidar do presente processo no ano em que comemoramos 40 da redemocratização, do início da redemocratização”, disse.

“O descontinuo da história jurídica e política do Brasil dá-se em grande parte pela reiteração de atos, fatos e práticas reiteradas de rupturas constitucionais, institucionais, políticas que impedem a maturação democrática deste país, que impedem o surgimento de novas lideranças sociais e políticas que poderiam fazer florescer novas ideias, novas formas de atuar no espaço da República”, acrescentou.

O placar do julgamento foi encerrado na quarta-feira com dois ministros favoráveis, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, e um contra, Luiz Fux, a condenação dos réus.