Débora Almeida: Dani Portela tem "militância seletiva"
Ao defender o governo, deputada da situação criticou autora da proposição da CPI que irá investigar na Alepe os contratos de publicidade da governadora Raquel Lyra
Com a aprovação da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investigará os contratos de publicidade da governadora Raquel Lyra (PSD) na Alepe, proposto pela deputada estadual Dani Portela (PSOL) e assinada por mais 19 deputados estaduais, a bancada governista saiu em defesa da governadora e partiu para o ataque. Segundo a deputada Débora Almeida (PSDB), Dani teria uma “militância seletiva” em relação a mulheres da política.
“Dani Portela tem nas bandeiras dela, como militância no feminismo, de defender mulheres, mas a gente já viu vários posicionamentos dela aqui na casa que passa a ser uma militância seletiva, não em relação a todas as mulheres, mulheres políticas, ou seja, ela tem uma definição, de uma militância seletiva para um grupo que ela defende”, disse Débora em entrevista ao Diario.
Em nota, a deputada Dani Portela afirmou que é "uma parlamentar feminista e entendo que o feminismo também passa por respeitar as mulheres como sujeitos políticos, dotadas de capacidade de decisão e de autonomia".
"Mas é importante dizer: críticas políticas ou o exercício da função fiscalizadora por parte de parlamentares não podem ser confundidos com violência. O feminismo não pode ser usado como escudo para se proteger de críticas políticas. Isso sim é seletividade", pontuou.
Base do governo foi pega de surpresa
O requerimento chegou “de surpresa” segundo a líder da base do governo na Alepe, Socorro Pimentel (União Brasil). A parlamentar disse confiar na licitude do processo e acredita que a movimentação seja uma “cortina de fumaça” da oposição.
“Teve a aval do Tribunal de Justiça, no processo (do contrato), então isso concedeu uma segurança jurídica, institucional, para que o contrato fosse mantido. A gente acredita mais que seja uma cortina de fumaça da oposição para desestabilizar a governadora diante de tantas ações e entregas que o governo Pernambuco vem fazendo”, afirmou.
Segundo Débora Almeida, a CPI é “mais uma narrativa da oposição para sangrar o governo e desqualificar o trabalho” de Raquel Lyra. “Não vai dar em nada (a CPI), até porque o que se levanta são apenas suposições, é o que a deputada Dani Portela faz, e que vai ser constatado isso ao longo da tramitação da CPI aqui na Casa”, afirmou.
Próximos passos da CPI
Após aprovar a instalação da CPI, o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto, concedeu o prazo de dez dias úteis para que as lideranças partidárias da Casa façam as indicações de seus representantes para a Comissão, que será composta por nove membros titulares e nove membros suplentes.
A CPI funcionará com quantitativo de membros, como as principais Comissões da Assembleia como a Comissão de Legislação e Justiça, Finanças e Administração Pública, segundo a deputada Dani Portela.
Se decorrido o prazo de 10 dias, os partidos não indicarem os membros, o presidente da Assembleia, Álvaro Porto fará a indicação dos deputados para integrarem o colegiado. Composta, a Comissão deve ser instaurada em até 15 dias, se não instaurada no prazo, será desfeita.
Na reunião de instauração, presidida pela proponente, a deputada Dani Portela, será feita a eleição dos nove membros titulares e suas funções, como presidente, vice-presidente e o relator dos trabalhos da Comissão.
Durante 120 dias, podendo ser prorrogados por mais 90 dias, os parlamentares escolhidos deverão investigar os indícios de irregularidades envolvendo os contratos de publicidade do Poder Executivo estadual.