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EUA negociam pela primeira vez diretamente com o Hamas para libertar os reféns

As negociações, comandadas pelo enviado presidencial dos EUA para assuntos de reféns, Adam Boehler, são inéditas

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Enviado presidencial dos EUA para assuntos de reféns, Adam Boehler

O portal norte-americano Axios revelou que a administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem mantido conversações diretas com o Hamas sobre a libertação dos reféns detidos na Faixa de Gaza e a possibilidade de um acordo mais amplo para acabar com a guerra.

 

As negociações, comandadas pelo enviado presidencial dos EUA para assuntos de reféns, Adam Boehler, são inéditas. Washington nunca havia se envolvido diretamente em conversações com o Hamas, que é considerado uma organização terrorista pelo país desde 1997.

 

As reuniões entre Boehler e as autoridades do Hamas ocorreram em Doha, no Catar, nas últimas semanas.

 

Enquanto isso, o Programa Alimentar Mundial, a agência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação, afirmou hoje que só há alimentos suficientes em Gaza para manter as cozinhas públicas e as padarias abertas durante menos de duas semanas.

 

Por sua vez, o governo israelense suspendeu e bloqueou no fim de semana a entrada de alimentos, combustível, medicamentos e outros abastecimentos de ajuda humanitária no território palestino, onde vivem mais de 2 milhões de pessoas. Segundo Israel, o Hamas não aceitou um acordo de cessar-fogo alternativo proposto pelo enviado especial norte-americano, Steve Witkoff, e ameaçou retomar a guerra.

 

Em contrapartida, o Hamas acusou Tel Aviv de chantagem e protestou contra a proposta de Witkoff, argumentando que não passava de uma tática de abrandamento para manter a presença das forças de Israel em Gaza e de um regresso às posições iniciais.

 

Já o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, informou que na cúpula de países árabes, que terminou ontem no Cairo, foi aprovado o plano de reconstrução egípcio para Gaza sem deslocar a sua população, assegurando que os palestinos permanecerão em suas terras e que será administrada por um comitê de tecnocratas palestinos. A conferência foi a resposta dos líderes regionais ao controverso e criticado plano de Trump de esvaziar forçadamente Gaza da sua população e transformá-la numa Riviera do Oriente Médio.

 

A ONU estimou a reconstrução de Gaza em aproximadamente 53 bilhões de dólares, com uma duração média de pelo menos cinco anos.