Alemanha anuncia ajuda de 650 milhões de euros à Ucrânia

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, chegou a Kiev hoje para uma visita surpresa e prometeu que o seu país continuará a ser o principal apoiador da Ucrânia na Europa e ainda anunciou uma nova ajuda militar de 650 milhões de euros, que deverá ser entregue ainda este mês.

 

A ida de Scholz assinala e reforça o apoio de Berlim, que é o segundo maior fornecedor de ajuda militar a Kiev depois dos Estados Unidos e, ainda acentua a incerteza em relação à futura ajuda de Washington com o retorno de Donald Trump à Casa Branca e o seu plano para dar fim à guerra. 

 

Um porta-voz do Ministério alemão da Defesa acrescentou que o novo pacote à Ucrânia inclui sistemas de defesa aérea IRIS-T, tanques Leopard 1 e drones armados. 

 

"O inverno está chegando, por isso também haverá equipamento de inverno, assim como armas portáteis e dispositivos de aquecimento", disse. 

 

Mas, apesar dos repetidos apelos do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o chanceler alemão recusa fornecer mísseis Taurus de longo alcance, explicando que quer evitar uma escalada com o Kremlin. Para Scholz, essa é a sua linha vermelha, que se distancia dos seus aliados norte-americanos, britânicos e franceses, que deram autorização a Kiev para o uso de mísseis contra a Rússia.

 

Por sua vez, Zelensky, admitiu pela primeira vez no domingo (1), que seu exército não tem força suficiente para reaver militarmente alguns dos territórios ucranianos ocupados por Moscou, e que seu país poderá ter que ceder em troca de um cessar-fogo e da proteção da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). “A guerra entrou agora em um período complicado e o apoio atual dos aliados ocidentais não é suficiente. Temos que encontrar soluções diplomáticas”, reconheceu, além de reiterar o seu pedido a OTAN que convide Kiev para fazer parte da aliança militar o mais rápido possível. 

 

O Kremlin, por sua vez, disse hoje não ter “expectativas” específicas em relação à visita de Scholz à Ucrânia.

 

Mas, Moscou declarou um investimento recorde em defesa. O presidente russo, Vladimir Putin, divulgou o Orçamento do país para os próximos três anos, que prevê um investimento sem precedentes para a defesa. São cerca de 127 bilhões de euros em 2025, o que representa um terço do total do orçamento. Este valor representa um aumento de 24,4 % destinado à defesa e à segurança nacional, sendo superior ao orçamento atribuído conjuntamente à educação, saúde, economia e política social.