Após reunião em Moscou, enviados de Trump se reúnem com delegação da Ucrânia
O encontro acontece depois da ida de Witkoff e Kushner a Moscou, onde discutiram com representantes russos sobre um acordo de cessar-fogo.
Nesta quinta-feira (04), Steve Witkoff e Jared Kushner, enviados especiais do presidente norte-americano, Donald Trump, se reúnem em Miami, nos Estados Unidos, com o chefe da delegação ucraniana, Rustem Umerov, o secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, e Andrii Hnatov, o chefe do Estado-Maior de Kiev, para conversações de paz na guerra com a Rússia.
O encontro acontece depois da ida de Witkoff e Kushner a Moscou, onde discutiram com representantes russos sobre um acordo de cessar-fogo.
O presidente Volodymyr Zelensky disse ontem que Kiev espera notícias nos próximos dias sobre o calendário da próxima rodada de negociações. “Estamos preparando reuniões nos Estados Unidos, após a equipe norte-americana regressar de Moscou e depois de consultas relevantes em Washington. Tudo está decorrendo de modo bastante eficaz, nas reuniões em Genebra e na Flórida, a Ucrânia foi ouvida e a Ucrânia foi escutada. E isso é importante. Esperamos que as coisas continuem exatamente assim”, indicou.
Por outro lado, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou hoje à mídia da Índia, onde se encontra, que irá se apoderar da região de Donbass, no leste da Ucrânia, em qualquer circunstância, incluindo por meios militares. Essa é uma das principais exigências de Putin, que a Ucrânia ceda o território anexado ilegalmente.
Já Trump declarou que a delegação norte-americana teve uma reunião muito boa na Rússia, e que acredita que o presidente russo gostaria de ver a guerra terminada, apesar das conversações não terem produzido a principio um avanço significativo.
Mas, ambas as partes se mantiveram reservadas quanto aos progressos alcançados nestas negociações, embora o assessor de Putin e conselheiro para a política externa, Yuri Ushakov, tenha afirmado que no encontro foi debatida a questão territorial, sem a qual não veem uma solução para a crise. “Alguns pontos das propostas americanas parecem mais ou menos aceitáveis, enquanto outros não nos convêm”, comentou.
O Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, se limitou a classificar a reunião como muito produtiva e útil onde foram feitos progressos adicionais.
Enquanto isso, o presidente francês Emmanuel Macron avisou os líderes da Europa sobre uma potencial ‘traição’ de Washington em relação à Kiev. “Há uma hipótese dos EUA traírem a Ucrânia em relação ao território sem clareza sobre as garantias de segurança”, publicou a revista alemã Der Spiegel, citando uma nota divulgada de uma recente chamada entre os líderes europeus.