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Hong Kong detém oito pessoas apos incêndio em complexo residencial

Até o momento quase 90 corpos ainda não foram identificados porque estão gravemente queimados e precisarão de exame de DNA

Por Isabel Alavarez

Fumaça densa e chamas se elevam enquanto um grande incêndio consome vários blocos de apartamentos no conjunto residencial Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po, em Hong Kong, em 26 de novembro de 2025. Pelo menos quatro pessoas morreram quando um incêndio atingiu vários prédios residenciais em Hong Kong em 26 de novembro, informou o governo, com relatos da mídia indicando que alguns moradores ficaram presos nos escombros. (Foto de Yan ZHAO / AFP)

Nesta sexta-feira (28), a agência de combate à corrupção de Hong Kong informou que prendeu oito pessoas ligadas às obras e reformas do complexo residencial que ficou destruído esta semana por um incêndio, considerado o pior na cidade em décadas. Segundo o último balanço divulgado, as autoridades locais confirmaram 128 mortos, um deles o brigadista que morreu durante o combate às chamas, cerca de 200 desaparecidos e 79 feridos entre os quais 12 bombeiros. Até o momento quase 90 corpos ainda não foram identificados porque estão gravemente queimados e precisarão de exame de DNA.

A agência disse que os detidos são subcontratados responsáveis por andaimes, diretores de uma empresa de consultoria de engenharia e gerentes de projeto que supervisionavam a reforma. A agência também realizou hoje buscas nos escritórios dos investigados e apreendeu documentos e registros bancários. Na véspera, dois diretores e um consultor da empreiteira responsável pela obra já haviam sido presos sob suspeita de homicídio culposo.

O governo da região administrativa especial chinesa concluiu que o incêndio de grandes proporções na última quarta-feira foi agravado por causa dos andaimes de bambu e painéis de isolamento de espumas inflamáveis, que não atendiam aos padrões de resistência ao fogo. De acordo com o relatório preliminar dos peritos, os materiais usados nas obras colaboraram para progressão das chamas e para que as temperaturas registradas no local fossem ainda mais elevadas.

"Com base nas informações iniciais que temos, acreditamos que o fogo começou na tela de proteção - material de espuma para proteger contra propagação de pós e queda de objetos - localizada na parte externa dos andares inferiores, e subiu rapidamente devido aos painéis, que protegiam as janelas”, relatou Chris Tang, chefe de segurança da região administrativa especial.

O diretor dos Serviços de Incêndio, Andy Yeung, também declarou que alguns alarmes não estavam funcionando no momento da tragédia, e que isso deve determinar consequências legais. O incêndio se espalhou rapidamente após atingir andaimes de bambu cobertos por telas de proteção instaladas para obras de renovação, permitindo que as chamas avançassem de uma torre para outra até envolver sete dos oito prédios do No entanto, as temperaturas no local permanecem ainda altas demais para permitir uma investigação completa nos prédios. “Algumas áreas do complexo ainda atingem cerca de 199°C”, indicou o comissário de polícia Joe Chow, acrescentando que os bombeiros continuam a resfriar várias partes com jatos d’água para evitar a reignição das chamas, um processo que pode iniciar novamente a combustão.

O complexo residencial Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po, em Hong Kong, foi construído nos anos 80, e era composto por oito torres com aproximadamente 30 andares cada e um total de 1.984 apartamentos, onde viviam cerca de quatro mil pessoas.

Para conter o incêndio foram necessárias aproximadamente 24 horas para que o fogo fosse controlado por completo, em uma operação que mobilizou 2,3 mil socorristas e profissionais de saúde.