Trump pede ao Japão para conter escalada de tensão com a China
Trump aconselhou a primeira-ministra a não provocar a China com a questão da soberania de Taiwan
O presidente dos Estados Unidos, Donald Tump, pediu à primeira-ministra do Japão, Sanae Takiachi, para não agravar as relações diplomáticas com a China, de acordo com publicações das agências de notícias e do jornal Wall Street Journal, que citaram fontes do governo japonês e norte-americano.
Segundo as fontes, sob a condição de anonimato, a conversa entre Trump e Takiachi foi sobre as declarações da premiê japonesa, que admitiu em meados de outubro a possibilidade de intervenção militar do seu país em caso de uma invasão ou ataque chinês a Taiwan, uma vez que considera uma ameaça para a sobrevivência do próprio Japão.
Trump aconselhou a primeira-ministra a não provocar a China com a questão da soberania de Taiwan, ilha que Pequim considera parte do seu território. Mas, as fontes revelaram que o presidente dos EUA não fez nenhuma exigência, porém adiantaram que as declarações de Takiachi representam uma política governamental de longa data.
No entanto, Trump também falou antes com o líder chinês, Xi Jinping, que insistiu neste tema, afirmando que reunificar Taiwan à China faz parte integrante da ordem internacional do pós-guerra, comunicou o Ministério das Relações Exteriores da China.
As relações entre as duas maiores economias asiáticas atravessam um momento difícil, escalando a crise após o ministro japonês da Defesa, Shinjiro Koizumi, ter anunciado no último domingo os planos para a instalação de uma unidade de mísseis de médio alcance numa base militar em Yonaguni, uma ilha japonesa, situada a cerca de 110 km da costa leste de Taiwan.
Todas as declarações já resultaram na suspensão de voos entre os dois países e do intercâmbio de estudantes, assim como na convocação dos embaixadores de ambos os lados e numa escalada de discussões tensas. Pequim acusou Tóquio de aumentar a tensão regional e alimentar o confronto militar com a anunciada implantação de mísseis em ilhas próximas de Taiwan, alertando que "esmagará" qualquer tentativa de interferência externa no que considera um assunto interno.
O porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês, Peng Qing`en, classificou a decisão de Tóquio como uma provocação extremamente perigosa e acusou o Japão de violar o espírito da Constituição pacifista do país e de avançar para a expansão militar. Além disso, lembrou da Declaração de Potsdam (1945), que proibia o rearmamento japonês, sublinhando que esta evolução despertou a preocupação da comunidade internacional.
Já o chanceler da Rússia também se manifestou hoje e avisou que o seu país reserva o direito de responder de modo severo aos planos japoneses de instalar mísseis numa ilha ao largo da costa de Taiwan. Moscou acusou Tóquio de agir sob as ordens de Washington, apontando que o Japão está abastecendo estas ilhas de armamento como parte de um esforço mais amplo de militarização.
Por sua vez, o presidente taiwanês, William Lai Ching-te, anunciou na quarta-feira (26) uma série de iniciativas para reforçar as capacidades defensivas da ilha, que visa consolidar uma força capaz de defender permanentemente a Taiwan democrática contra a ameaça chinesa. “A intenção de equipar as forças armadas com um alto nível de prontidão objetiva dissuadir de forma eficaz a China, disse
A China até 2027, ano em que, segundo relatórios dos serviços de informação norte-americanos, o presidente chinês, Xi Jinping, ordenou a conclusão dos preparativos para a reunificação, nem que seja pela força.