Hamas e Israel se acusam de frequentes violações no acordo de cessar-fogo
Segundo as autoridades da Faixa de Gaza, mais de 300 pessoas foram mortas pelos ataques israelenses desde a implementação do cessar-fogo
Mais de 30 palestinos morreram, incluindo mulheres e crianças, e diversas pessoas ficaram feridas em bombardeios israelenses à Faixa de Gaza nas últimas 24 horas. O Hamas alertou para uma escalada perigosa no enclave após a morte de dezenas de palestinos.
O Hamas e Israel se acusam mutuamente de violações do acordo de cessar-fogo assinado há cerca de seis semanas.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram que efetuaram ataques contra infraestruturas do Hamas na cidade de Khan Younis, no lado oriental da Linha Amarela, que é a zona mantida pelas FDI ao abrigo do cessar-fogo. O exército alegou que a ofensiva foi lançada depois dos seus soldados terem sido atacados, embora não tenham sofrido nenhuma baixa. No entanto, afirmaram ainda não ter conhecimento de vítimas palestinas. Por sua vez, o Hamas condenou os ataques, descrevendo-os como um massacre chocante e negou ter disparado contra as tropas de Israel.
Já na Cidade de Gaza, as autoridades médicas locais comunicaram que dois ataques aéreos mataram 16 pessoas, sendo sete crianças e três mulheres.
Segundo as autoridades do território, mais de 300 pessoas foram mortas pelos ataques israelenses desde a implementação do cessar-fogo.
A Unicef também reportou que pelo menos duas crianças morrem por dia em Gaza desde o início da trégua em outubro deste ano, que já contabiliza até o momento 67. A agência das Nações Unidas ainda disse que a situação humanitária no território se agravou devido às chuvas e ao frio.
Também na Cisjordânia, onde ocorre uma escalada da violência, durante a última noite vários colonos israelenses atacaram palestinos na aldeia de Markaz, nas colinas de Hebron, sul da Cisjordânia. Imagens do incidente divulgados na mídia mostram diversos homens mascarados espancando residentes com bastões. Um palestino que mora nessa região e pediu para não ser identificado, citado pelo jornal The Times of Israel, contou que os agressores vieram de postos avançados na área, que são considerados ilegais pela própria lei israelense.