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Países assinam na COP30 um compromisso inédito para combater a desinformação climática

O documento foi apresentado pela Iniciativa Global para a Integridade da Informação sobre Alterações Climáticas

Por Isabel Alvarez

30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30)

Na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, no Brasil, diversos países presentes na cúpula assinaram hoje uma declaração com compromissos internacionais compartilhados para combater a desinformação climática e promover informações precisas e baseadas em evidências. Dentre as nações que apoiaram a declaração estão o Brasil, França, Alemanha, Espanha, Canadá, Chile, Dinamarca e Finlândia. Pela primeira vez que a integridade da informação é uma prioridade numa conferência da ONU sobre o clima.

O documento foi apresentado pela Iniciativa Global para a Integridade da Informação sobre Alterações Climáticas e compromete os signatários a promover a integridade das informações relacionadas com as alterações climáticas nos níveis internacional, nacional e local, de acordo com o direito internacional dos Direitos humanos e os princípios do Acordo de Paris. O documento, além disso, destaca ainda que a mobilização de todos os atores da sociedade requer acesso a informações coerentes, confiáveis, precisas e baseadas em evidências sobre as alterações climáticas, o que é indispensável para sensibilizar, promover a participação pública, permitir a prestação de contas e gerar confiança pública nas políticas e medidas climáticas urgentes.

A declaração insta os governos, o setor privado, a sociedade civil, o mundo acadêmico e os financiadores a tomarem medidas concretas para combater o impacto crescente da desinformação, da informação errada, do negacionismo e dos ataques deliberados contra jornalistas, defensores, cientistas e investigadores ambientais, que minam a ação climática e ameaçam a estabilidade social.

Os signatários se comprometem com esses princípios de promoção da integridade da informação e desenvolvimento do acesso equitativo a informações precisas, baseadas em evidências e compreensivas para todos, assim como proteger os que informam e investigam as alterações climáticas.

A declaração também incentiva os governos a garantirem fundos para investigar a integridade das informações climáticas e insta o setor privado a se comprometer com a integridade das informações nas suas práticas comerciais e publicitárias.

Na abertura da conferência do clima, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, já havia afirmado que era preciso combater e derrotar o negacionismo. O secretário-geral da ONU também alertou nas vésperas da COP30 para a luta contra a desinformação e a informação errada, além do greenwashing, uma estratégia de marketing enganosa onde uma empresa se apresenta como ecologicamente responsável para melhorar sua reputação e atrair consumidores preocupados com o meio ambiente, sem que suas práticas sejam realmente sustentáveis.

Enquanto isso, o Fundo Global para a Integridade da Informação sobre as Alterações Climáticas, lançado em junho deste ano, já recebeu mais de 400 propostas e já começou a apoiar projetos, principalmente do Sul Global.