° / °
Cadernos Blogs Colunas Rádios Serviços Portais

Hezbollah diz que tem direito de se defender e recusa negociações com Israel

"Apesar do Líbano estar obrigado a cumprir o cessar-fogo, o acordo não força o país a negociar com Israel", disse o grupo xiita em carta aberta

Por Isabel Alvarez

Apoiadores do grupo militante xiita libanês Hezbollah comparecem ao funeral de militantes mortos em recentes ataques israelenses, na cidade de Nabatiyeh

Em uma carta aberta dirigida à população e aos líderes do Líbano, o grupo xiita libanês Hezbollah reivindica o direito legítimo de se defender de um "inimigo" (Israel) e de resistir à ocupação israelense, que acusa de manter os ataques contra o país. O Hezbollah indicou ainda apoiará o exército libanês neste processo de defesa e também afirmou que se opõe a negociações políticas com Tel Aviv, uma vez que os contatos não servem o interesse nacional do Líbano.
“Apesar do Líbano estar obrigado a cumprir o cessar-fogo, o acordo não força o país a negociar com Israel”, aponta o texto.

Já a carta aberta do Hezbollah, que usa este método de comunicação pela primeira vez, acontece no mesmo dia em que o governo libanês deve divulgar a atualização do plano de desarmamento.

Nos últimos dias, as forças israelenses intensificaram os bombardeios contra o território libanês e argumentaram que visam impedir o grupo de reconstruir estruturas militares.

No domingo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou o Hezbollah de tentar se rearmar, além do ministro da Defesa, Israel Katz, denunciar o presidente do Líbano de nada fazer em relação a esse desarmamento.

Por outro lado, o presidente libanês, Joseph Aoun, reiterou ontem a oferta de negociações com o governo israelense, assegurando que o mesmo não respondeu à proposta e mantém as ofensivas militares.

O Hezbollah ficou enfraquecido após a recente guerra contra Israel, com os Estados Unidos tendo pressionado as autoridades libanesas para que desarmem o grupo.