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Tufão Kalmaegi deixa mais de 140 mortos nas Filipinas e avança em direção ao Vietnã

O Kalmaegi é o tufão mais letal registrado no planeta em 2025

Por AFP

Um homem fala ao telefone ao lado de um poste de luz que desabou devido aos fortes ventos antes da chegada do tufão Kalmaegi, perto da praia de Quy Nhon, na província de Gia Lai, no centro do Vietnã, em 6 de novembro de 2025. A velocidade dos ventos do tufão Kalmaegi aumentava em 6 de novembro, enquanto ele se dirigia para o Vietnã, onde crescia o temor de que o tufão pudesse agravar os danos causados ??pelas inundações que já haviam deixado 47 mortos há uma semana. (Foto de NHAC NGUYEN / AFP)

O tufão Kalmaegi avança em direção ao Vietnã após deixar pelo menos 142 mortos e 127 desaparecidos em inundações devastadoras no centro das Filipinas, segundo números oficiais divulgados nesta quinta-feira (6).

O Kalmaegi é o tufão mais letal registrado no planeta em 2025, segundo a base de dados de desastres EM-DAT.

As inundações provocadas pelo tufão, descritas como sem precedentes, devastaram povoados e cidades na província de Cebu, onde arrastaram veículos, barracos e até mesmo enormes contêineres de transporte.

A Defesa Civil local confirmou 114 mortes, mas o número não inclui outros 28 óbitos registrados pelas autoridades provinciais de Cebu.

Mais de 500.000 pessoas foram deslocadas pelas inundações.

O presidente filipino, Ferdinand Marcos, declarou "estado de calamidade nacional", o que autoriza o governo a liberar fundos para ajuda humanitária e a impor limites aos preços de produtos de primeira necessidade.

"Infelizmente, há outro (tufão) a caminho, com potencial para ser ainda mais forte", alertou Marcos em uma entrevista coletiva.

Ele fez referência à tempestade tropical Fung-wong, que ganha força enquanto avança em direção a Luzon, a principal ilha das Filipinas.

A tempestade pode virar um tufão antes de tocar o solo na segunda-feira (10).

Em Liloan, um povoado perto da cidade de Cebu onde 35 corpos foram retirados das zonas inundadas, jornalistas da AFP viram carros empilhados e telhados arrancados de edifícios, cujos moradores tentavam remover a lama.

Uma mulher com necessidades especiais foi uma das vítimas em Liloan, ao ficar presa em um quarto quando sua casa foi inundada.

"Tentamos abrir [a porta de seu quarto] com uma faca e uma alavanca, mas ela não cedeu. Depois, a geladeira começou a boiar", contou Christine Aton, irmã da vítima.

"Abri a janela e meu pai e eu saímos nadando. Choramos porque queríamos salvar minha irmã mais velha", relatou a mulher, de 29 anos.

 Alerta no Vietnã


Chyros Roa, 42 anos, disse que sua família foi salva pelos latidos de seu cachorro quando a água começou a subir durante a madrugada em sua casa, o que permitiu que todos se abrigassem no telhado.

Na ilha vizinha de Negros, onde morreram pelo menos 30 pessoas, a chuva causada pelo tufão provocou um deslizamento de terra em um vulcão que soterrou casas na cidade de Canlaon, disse à AFP o tenente policial Stephen Polinar.

As tempestades estão se tornando mais intensas devido às mudanças climáticas, alertam os cientistas.

O meteorologista Benison Estareja disse à AFP que a chuva registrada durante a passagem de Kalmaegi foi 1,5 vez superior à média prevista para Cebu durante todo o mês de novembro. Ele destacou que era algo que ocorria "uma vez a cada 20 anos".

A velocidade do vento do Kalmaegi aumentou nesta quinta-feira, enquanto o tufão seguia para o vizinho Vietnã, que enfrenta os danos provocados por uma semana de inundações que deixaram 47 mortos.

O ciclone deve atingir o centro do Vietnã nas próximas horas, com ondas de até oito metros e fortes ressacas.

O vice-primeiro-ministro vietnamita Tran Hong Ha afirmou que as autoridades locais devem encarar o Kalmaegi como "urgente e perigoso" e o chamou de tempestade "muito anômala".

As autoridades ordenaram que milhares de pessoas abandonem suas casas.