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Ex-vice-presidente americano Dick Cheney morre aos 84 anos

Número dois durante os mandatos de George W. Bush, o falecimento de Dick Cheney foi anunciado pela família nesta terça (4)

Por AFP

(ARQUIVO) O vice-presidente dos EUA, Dick Cheney (à esquerda), presta juramento durante a cerimônia de posse de Cheney e do presidente George W. Bush em 20 de janeiro de 2001, no Capitólio dos EUA, em Washington, D.C. Dick Cheney, que se tornou um dos vice-presidentes mais poderosos da história dos EUA como o número dois de George W. Bush durante o 11 de setembro e as catastróficas guerras no Afeganistão e no Iraque, morreu em 3 de novembro de 2025. Ele tinha 84 anos. (Foto de LUKE FRAZZA / AFP)

O influente ex-vice-presidente dos Estados Unidos Dick Cheney, número dois durante os mandatos de George W. Bush (2001-2009), faleceu aos 84 anos, anunciou a família nesta terça-feira (4).

Cheney era conhecido por sua grande influência nos bastidores e foi considerado um dos vice-presidentes mais poderosos da história dos Estados Unidos.

O ex-congressista e ex-secretário de Defesa "faleceu devido a complicações de uma pneumonia e doenças cardíacas e vasculares", segundo o comunicado da família.

"Durante décadas, Dick Cheney serviu à nossa nação, como chefe de gabinete da Casa Branca, congressista por Wyoming, secretário de Defesa e vice-presidente dos Estados Unidos", acrescenta a nota.

Cheney surpreendeu os americanos durante as eleições de 2024 ao anunciar que votaria na candidata democrata, Kamala Harris, por considerar que Donald Trump não estava apto para ocupar a Casa Branca.

"Temos o dever de colocar o país acima de nossas divisões para defender a Constituição", declarou ao apoiar Kamala.

Cheney foi o companheiro de chapa de George W. Bush em duas campanhas presidenciais bem-sucedidas e seu conselheiro mais influente na Casa Branca durante um período marcado pelo terrorismo, a guerra e as crises econômicas.

Vítima de problemas coronários durante quase toda sua vida adulta, ele sofreu cinco ataques cardíacos entre 1978 e 2010 e usava um marca-passo desde 2001.

Nascido em Lincoln, Nebraska, em 30 de janeiro de 1941, Cheney cresceu no estado pouco populoso do Wyoming, na região oeste do país.

Ele estudou na Universidade de Yale, mas abandonou a prestigiosa faculdade da costa leste e acabou obtendo um diploma em Ciências Políticas em casa, na Universidade do Wyoming.

Republicano convicto, Cheney dedicou-se à política e, em 1978, conquistou uma cadeira por Wyoming na Câmara de Representantes, posição que manteve durante a década seguinte.

Nomeado secretário de Defesa pelo presidente George H. W. Bush em 1989, Cheney comandou o Pentágono durante a Guerra do Golfo de 1990-91, na qual uma coalizão liderada pelos Estados Unidos expulsou as tropas iraquianas do Kuwait.


O poder do Executivo

Como vice-presidente, Cheney levou sua ideologia neoconservadora à Casa Branca e desempenhou um papel mais importante na tomada de decisões do que a maioria de seus antecessores no cargo.

Ele ajudou a introduzir uma noção agressiva do Poder Executivo, segundo a qual o presidente deveria operar quase sem restrições por parte dos congressistas ou dos tribunais, especialmente durante períodos de guerra.

A abordagem levou George W. Bush a envolver o país em atoleiros militares no Afeganistão e no Iraque e provocou grande polêmica sobre seu impacto nas liberdades civis.

Cheney foi apontado como um dos principais responsáveis pela decisão de invadir o Iraque após os ataques de 11 de setembro de 2001, executados pela Al-Qaeda.

Suas alegações imprecisas de que Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa alimentaram o clamor pela guerra antes da invasão americana de 2003.