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China reitera que se for preciso usará força para reunificar Taiwan

Declarações acontecem num momento de intensificação das atividades militares chinesas nas imediações da ilha

Por Isabel Alvarez

Bandeiras da China

O porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado da China, Peng Qing'en, reiterou que a política de Pequim em relação à ilha sempre foi clara e coerente, e defendeu que o modelo ‘um país, dois sistemas’, atualmente aplicado em Hong Kong e Macau, continua a ser a melhor via para resolver a questão de Taiwan. “Estamos dispostos a criar um amplo espaço para a reunificação pacífica, mas nunca nos comprometeremos a renunciar ao uso da força e nos reservamo-nos o direito de adotar todas as medidas necessárias", declarou Peng,

As declarações acontecem num momento de intensificação das atividades militares chinesas nas imediações da ilha, que envolvem caças e bombardeiros. Vinte e cinco aeronaves militares chinesas sobrevoaram as imediações de Taiwan em 24 horas, a terceira maior incursão diária este mês.

Por outro lado, o presidente, William Lai, acusou hoje a China de continuar a assediar a ilha, com atos de coerção e apelou a uma oposição mais firme. "Além de mostrar determinação para proteger o seu lar, Taiwan deve, com maior firmeza, se opor à anexação, agressão e promoção da reunificação", afirmou.

O líder taiwanês também destacou que o reforço da Defesa não visa provocar o governo chinês, mas manter o status quo e proteger a democracia e o modo de vida de Taiwan, uma vez que Lai é acusado por Pequim de separatista e provocador. “A meta é aumentar o orçamento da Defesa até 5% do PIB em 2030 e à formação de forças armadas mais modernas e flexíveis", argumentou.

Trump e Xi Jinping devem abordar a questão de Taiwan em reunião

No encontro agendado entre o presidente da China, Xi Jinping, e dos Estados Unidos, Donald Trump, próxima quinta-feira, em Gyeongju, na Coreia do Sul, à margem da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), deve tratar da situação e do futuro do estreito de Taiwan. Embora, Trump tenha sugerido que a pauta poderá não ser discutida.

"Não sei se falaremos sobre Taiwan. Talvez ele me pergunte, mas não há muito a dizer. Taiwan é Taiwan", indicou o líder norte-americano.

Em contrapartida, Pequim considera Taiwan uma ‘província rebelde’ e parte inalienável do território chinês, enquanto a ilha, autogovernada desde 1949, defende que somente a sua população pode decidir o futuro político da ilha.