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Moeda argentina sofre nova queda apesar da ajuda dos EUA

A economia da Argentina enfrenta um período de turbulência nas últimas semanas, à medida que se aproximam as eleições legislativas de meio de mandato

Por Isabel Alvarez

Peso argentino

Nesta sexta-feira (17), o peso argentino registrou novamente uma queda, tendo aberto com quase 2,5 % para o dólar esta sexta-feira, mesmo após o anúncio na véspera do Tesouro dos Estados Unidos ter feito uma nova intervenção no mercado da Argentina como parte do seu apoio ao governo de Javier Milei. Os EUA também já compraram a moeda na taxa de câmbio paralela, conhecida entre os investidores como “swap blue chip" para injetar liquidez em dólares. Ao comprar pesos argentinos, os EUA conseguiram concluir um acordo com o Banco Central da Argentina, o swap cambial.

No entanto, uma hora depois da primeira sessão de negociação em Buenos Aires, a moeda argentina negociava a 1.465 pesos por dólar, em comparação com os 1.430 do dia anterior. Mas, o peso chegou a enfraquecer 3,4% no início do pregão, apesar das garantias do secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent.


Além disso, recentemente Washington declarou várias etapas de ajuda financeira ao governo de Milei. Bessent afirmou que trabalha num pacote de 20 bilhões de dólares com bancos privados e fundos soberanos, que seria mais focado no mercado de dívida argentino. Isto elevaria o apoio total dos EUA à Argentina para 40 bilhões de dólares.

A economia da Argentina enfrenta um período de turbulência nas últimas semanas, à medida que se aproximam as eleições legislativas de meio de mandato, marcadas para 26 de outubro, que são consideradas essenciais para o partido de Milei. Uma vez que já ocorreu uma derrota esmagadora nas eleições locais de setembro. O presidente Javier Milei ainda enfrenta uma crise política dentro do seu próprio partido de extrema-direita, La Libertad Avanza, e há incerteza sobre se o governo conseguirá concluir com sucesso as suas reformas.

Enquanto isso, as ações de Bessent visam atender à demanda persistente por dólares por parte de poupadores e investidores antes da eleição legislativa e muitos argentinos avaliam que nem a ajuda dos EUA impedirá outra forte desvalorização da moeda.

O presidente dos EUA, Donald Trump, que recebeu Javier Milei na Casa Branca essa semana, reiterou o seu apoio ao seu aliado, mas avisou que não será generoso se o dirigente argentino não ganhasse as eleições.

Já Bessent, posteriormente, disse que os EUA continuarão a apoiar financeiramente a Argentina enquanto o governo de Milei adotar boas políticas, independentemente do resultado das eleições legislativas .

Milei, por sua vez, declarou em várias ocasiões que o apoio financeiro norte-americano está garantido até o final do seu mandato, em 2027.