° / °
Cadernos Blogs Colunas Rádios Serviços Portais

ONU pede cumprimento integral do acordo de paz em Gaza

O secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou os esforços diplomáticos dos Estados Unidos, do Catar, do Egito e da Turquia na mediação e disponibilizou o apoio das Nações Unidas ao processo

Por Isabel Alvarez

O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, confirmou que o país vai passar a recusar vistos aos representantes da organização

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu hoje a todas as partes o cumprimento integral dos termos do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza e disponibilizou o apoio das Nações Unidas ao processo. Além disso, elogiou os esforços diplomáticos dos Estados Unidos, do Catar, do Egito e da Turquia na mediação deste avanço tão necessário.

"Saúdo o anúncio de um acordo para garantir um cessar-fogo e a libertação de reféns em Gaza, com base na proposta apresentada pelo presidente Donald Trump. Todos esperaram demasiado por este momento. Agora precisamos fazê-lo realmente valer à pena. Insto todas as partes a cumprirem integralmente os termos do acordo e a aproveitarem plenamente as oportunidades que este apresenta", declarou.

Guterres defendeu ainda a libertação de todos os reféns de modo digno e que o derramamento de sangue termine de uma vez por todas. O líder das Nações Unidas também afirmou que a organização está pronta para prestar apoio total. "Nós e os nossos parceiros estamos preparados para agir. Temos a competência, as redes de distribuição e as relações comunitárias necessárias para agir. A ONU pode aumentar a oferta de alimentos, água, assistência médica e abrigo imediatamente ao povo de Gaza. Mas, precisamos de um acesso pleno, seguro e sustentado para os trabalhadores humanitários, da remoção da burocracia e dos impedimentos e da reconstrução das infraestruturas destruídas”, frisou Guterres, acrescentando que as equipes estão em prontidão.

O chefe da ONU apelou aos membros das Nações Unidas para que garantam o financiamento devido das operações humanitárias diante das imensas necessidades do povo palestino.

"Nunca devemos esquecer o insuportável custo humano deste conflito. Para israelenses e palestinos, este acordo oferece um vislumbre de alívio. Esse vislumbre deve se tornar o amanhecer da paz, o início do fim desta guerra devastadora. Que seja aproveitada esta oportunidade memorável para estabelecer um caminho político confiável para o futuro do Oriente Médio. Um caminho para o fim da ocupação, o reconhecimento do direito à autodeterminação do povo palestino e a obtenção de uma solução de dois Estados. Um caminho para uma paz justa e duradoura entre israelenses e palestinos e para uma paz mais ampla e segura no Oriente Médio", concluiu.

Também diversos líderes mundiais celebraram o fim eminente da guerra em Gaza e a libertação de reféns, após dois anos de conflito.

"A versão final da primeira fase foi assinada esta manhã no Egito por todas as partes para a libertação de todos os reféns detidos em Gaza pelo Hamas ou outros grupos palestinos”, disse Shosh Bedrosian, porta-voz do gabinete do primeiro-ministro de Israel. Porém, Bedrosian destacou que o acordo ainda precisa ser aprovado e validado pelo gabinete de segurança de Benjamin Netanyahu, que será hoje à tarde, acrescentando que um cessar-fogo entrará em vigor dentro de 24 horas após a aprovação.

O ministro israelense das Finanças, Bezalel Smotrich, da extrema-direita, já adiantou que votará contra este acordo.