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Rússia nega ter enviado drones para o espaço aéreo da UE

O bloco europeu esta em alerta devido a uma série de drones que foram vistos sobrevoando seus aeroportos

Por Isabel Alvarez

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov

A Rússia rejeitou as acusações sobre o envio de drones para a Alemanha e demais países da União Europeia (UE). Além disso, advertiu para os preparativos de escalada por parte dos membros da UE e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

"Mas, mais uma vez, não há qualquer fundamento para acusar a Rússia disso. Na Europa, há muitos políticos que agora estão inclinados a culpar a Rússia por tudo. Eles sempre o fazem sem fundamento, indiscriminadamente. É assim que vemos essas acusações. A história com esses drones é, no mínimo, estranha. Mas não há razão para culpar a Rússia por isso”, declarou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin

O bloco europeu esta em alerta devido a uma série de drones que foram vistos sobrevoando seus aeroportos. Na semana passada, a Noruega e a Dinamarca fecharam temporariamente aeroportos depois de serem detectados drones em seus espaços aéreos. Também a Romênia e a Polônia denunciaram incursões similares em setembro, além da Estônia já ter informado que três caças russos violaram seu espaço aéreo. Na Alemanha, na cidade de Munique, os voos foram retomados no último sábado, após um alerta de drones na região, o que levou ao fechamento de seu aeroporto pela segunda noite consecutiva.
A Europa já estuda a criação de um “muro antidrones”, com radares e sensores acústicos para destruir os equipamentos.

"Se eles têm perguntas sobre a origem destes drones, de onde voavam, é claro que deviam ter se dirigido a nós. Mas, como não o fizeram isso significa que não estão realmente interessados em esclarecer a situação", completou o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Alexandr Grushkó, sobre Varsóvia recorrer a OTAN com o pedido de ativar o artigo 4º sobre consultas perante uma possível ameaça.

Grushko avisou ainda que a Europa caminha para uma escalada de tensões, indicando o aumento da ajuda militar ocidental à Kiev, e acusou a OTAN de fazer manobras militares cada vez mais agressivas, incluindo operações ofensivas e voos de bombardeiros perto das fronteiras russas.

Já Peskov também disse hoje que o Kremlin admite reagir às sanções e ao congelamento de bens russos no estrangeiro com nacionalizações de empresas e de bens de cidadãos estrangeiros no país. “As medidas foram tomadas no contexto do clima hostil que se desenvolveu em torno da Rússia, incluindo na esfera econômica, realizadas por algumas nações europeias e pela União Europeia. É claro que, se os planos de apreensão ilegal de bens e propriedades russas forem implementados, a Rússia vai se defender e usar todos os instrumentos legais disponíveis”, afirmou. O porta-voz acrescentou que Moscou medidas que considera necessárias para salvaguardar os próprios interesses.

Por outro lado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou a presença de milhares de componentes fornecidos por empresas estrangeiras nos sistemas de mísseis e drones usados pelas focas russas para atacar a Ucrânia neste fim de semana.

Zelensky criticou os recursos de peças de origem japonesa, alemã, norte-americana e britânica. "Durante os ataques massivos da noite de 5 de outubro, a Rússia utilizou 549 sistemas de armas que continham 102.785 mil componentes de fabricação estrangeira", garantiu, mencionando ainda uma dúzia de países acusados de não impedir esses fornecimentos.