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Macron aceita pedido de demissão do primeiro-ministro francês

Sébastien Lecornu estava no cargo há menos de um mês

Por Isabel Alvarez

Presidente da França, Emmanuel Macron e Sébastien Lecornu

O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta segunda-feira (06) que aceitou o pedido de demissão apresentado pelo primeiro-ministro Sébastien Lecornu, que estava no cargo há menos de um mês. É o terceiro primeiro-ministro francês que cai em menos de um ano

Lecornu, por sua vez, considerou que a tarefa de governar é difícil e sem dúvida ainda mais neste contexto. “Não se pode ser primeiro-ministro se as condições não estão reunidas. E as condições não estão reunidas, devido à atitude dos partidos políticos. Faltava pouco para que pudéssemos conseguir, porém a composição do governo não foi fluída. É preciso sempre preferir o país ao partido”, disse, acrescentando que estava disposto a fazer ceder e fazer concessões antes de deixar o cargo, mas que os partidos fingiram não ver os avanços, sobretudo, por causa dos interesses que decorem com a aproximação das eleições presidenciais.

O ex-primeiro-ministro francês apelou aos políticos para que demonstrem humildade e talvez também um pouco de modéstia em relação a certos egos e que sejam desinteressados.

A crise política na França levou a queda da bolsa de valores, com uma perda superior até o momento em cerca de 1,7%, além das ações dos bancos do país perderem entre 4% e 5%.

Após a nomeação de parte do governo de Lecornu no domingo à noite, constituída na sua maioria por ex-ministros e pessoas próximas a Macron, houve fortes criticas da oposição e da direita, além de ameaças de moção de censura.

A presidente do partido de extrema-direita Rassemblement National (RN), de Marine Le Pen, apela a Macron para que dissolva a Assembleia Nacional. Le Pen saudou hoje como uma medida de sabedoria a demissão de Lecornu e questionou a capacidade de Macron de resistir à dissolução.

Já liderança do partido da esquerda radical La France Insoumise exige a análise da moção de destituição do presidente da França. "Após a demissão de Sébastien Lecornu, solicitamos a análise imediata da moção apresentada por 104 deputados para a destituição de Emmanuel Macron", escreveu na rede social

"A contagem decrescente começou", garantiu a líder dos deputados do La France Insoumise, Mathilde Panot, que pediu também a saída do presidente do país.