Ataque em frente a sinagoga deixa mortos em Manchester
As "várias pessoas" presentes na sinagoga no momento do ataque foram inicialmente confinadas dentro do prédio e posteriormente retirada
Duas pessoas morreram e três ficaram gravemente feridas nesta quinta-feira (2) em um ataque do lado de fora de uma sinagoga, que estava lotada para o feriado judaico de Yom Kippur, o dia do perdão, em Manchester, norte da Inglaterra.
A polícia da Grande Manchester informou que "duas pessoas foram assassinadas em um incidente grave do lado de fora da sinagoga" em Heaton Park, no bairro de Crumpsall, ao norte de Manchester.
A polícia de Manchester também confirmou a morte, por disparos das forças de segurança, do suspeito.
"Três pessoas morreram, incluindo o agressor", indicou, na rede social X, a polícia, que aguardava a intervenção de uma equipe de desativação de explosivos para confirmar se o suspeito estava vivo ou morto, já que carregava "objetos suspeitos".
As "várias pessoas" presentes na sinagoga no momento do ataque foram inicialmente confinadas dentro do prédio e posteriormente retiradas, acrescentou a polícia.
A polícia havia informado anteriormente que recebeu uma ligação por volta das 9h30 (5h30 em Brasília) depois que uma testemunha viu "um carro atropelando pessoas e um homem sendo esfaqueado" em frente a uma sinagoga.
De acordo com testemunhas que contactaram a polícia, "um segurança foi atacado com uma faca".
Um grande dispositivo de segurança foi posicionado na rua em frente à sinagoga e membros da comunidade judaica se reuniram perto do local de culto, alguns para rezar.
Chava Lewin, testemunha do ataque que mora perto da sinagoga, disse à agência PA que viu um homem "começar a atacar várias pessoas com uma faca, depois atacar o segurança da sinagoga e tentar entrar na sinagoga. Alguém bloqueou a porta; todos ficaram muito abalados".
"Horrorizado"
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que se declarou "horrorizado" com o ataque, encerrou sua visita à cúpula da Comunidade Política Europeia em Copenhague para retornar ao Reino Unido e presidir uma reunião de emergência do governo.
Starmer também anunciou, em um breve comunicado antes de sua partida da Dinamarca, que "recursos policiais adicionais" estão sendo mobilizados para garantir a segurança das sinagogas em todo o Reino Unido.
O rei Charles III declarou-se "profundamente chocado e entristecido".
A embaixada israelense no Reino Unido condenou o ataque, chamando-o de "odioso e profundamente perturbador".
A tragédia ocorreu durante o Yom Kippur, o feriado mais sagrado do judaísmo. Nesta celebração, os fiéis costumam visitar as sinagogas várias vezes para rezar.
Este ataque também ocorre poucos dias antes do segundo aniversário do ataque mortal do Hamas no sul de Israel, em 7 de outubro de 2023, que deixou 1.219 mortos, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.
Em retaliação, o Exército israelense lançou uma ofensiva abrangente na Faixa de Gaza, que deixa 66.055 mortos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo liderado pelo Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
A população judaica na Grande Manchester somava cerca de 28.000 em 2021, de acordo com a organização britânica Institute for Jewish Policy Research.
A organização judaica Community Security Trust (CST) também condenou um "ataque horrível" na rede X.
O Reino Unido tem enfrentado um aumento no número de incidentes antissemitas nos últimos anos.
O CST registrou 1.521 incidentes antissemitas durante os primeiros seis meses deste ano, uma redução em comparação ao recorde de 2.019 incidentes registrados no primeiro semestre de 2024, após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023.
O número de incidentes registrados este ano é o segundo maior, segundo a organização beneficente, que monitora o antissemitismo no Reino Unido desde 1984.