Milhares de pessoas protestam em Londres contra a visita de Trump ao Reino Unido

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou ao Reino Unido na terça-feira (17) à noite, na companhia da primeira dama, Melania Trump. Esta é a sua segunda visita de Estado ao país e está sendo cercada de medidas excepcionais de segurança. Trump se encontrará depois com o primeiro-ministro britânico para conversações sobre várias questões, inclusive tarifárias.

O primeiro sinal de animosidade contra a visita de Trump aconteceu ontem mesmo quando uma imagem do presidente dos EUA, ao lado do pedófilo Jeffrey Epstein, foi projetada numa das torres do castelo de Windsor. As autoridades policiais informaram que quatro pessoas foram detidas.

Hoje milhares de pessoas mobilizadas pela coligação 'Stop Trump' estão reunidas no centro de Londres para protestar publicamente contra a visita oficial de dois dias de Trump. Cerca de 1.600 agentes de segurança estão local, indicou a polícia britânica. Os manifestantes também realizam apelos contra o racismo e contra a guerra na Faixa de Gaza, e empunham cartazes com dizeres: "Os migrantes são bem-vindos, Trump não é bem-vindo", "Não ao racismo, não a Trump", "Bombardear crianças em Gaza e festejar no Reino Unido".

"Queremos dar ao povo britânico a oportunidade de expressar o seu desagrado por Donald Trump, as suas políticas, o seu racismo", disse Zoe Gardner, da coligação Stop Trump,

"Tenho medo de como o mundo está a ser dominado por homens verdadeiramente maus", acrescentou Jo Williamson, uma das manifestantes de 58 anos, à mesma agência.

Mas, o líder norte-americano está longe dos protestos, a 40 quilômetros da capital, em Windsor, onde foi recebido pela família real. O discurso do rei Charles III tem previsão de durar sete minutos e deverá tentar não criar atritos que podem agravar a guerra de tarifas em curso entre os dois países. Não foi divulgado o teor do discurso do presidente dos EUA.

Trump irá se reunir na quinta-feira com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que busca consolidar uma relação ‘especial’ entre os dois países, aprofundar laços econômicos e garantir milhões de dólares em investimentos, além de discutir sobre as tarifas e pressionar o presidente dos EUA sobre a Ucrânia e Israel.

Starmer ainda quer empreender mais progressos na questão comercial, após Londres já ter fechado o primeiro acordo com Trump para reduzir algumas tarifas. As negociações podem abordar os restantes impostos sobre produtos como o aço, whisky e salmão.

"Querem ver se conseguem refinar um pouco o acordo comercial", avançou Trump na terça-feira, antes de viajar para Londres.

No entanto, segundo as sondagens, o presidente norte-americano é muito impopular no Reino Unido. Por outro lado, as taxas de aprovação do primeiro-ministro britânico também estão em queda, com milhares de britânicos exigindo sua demissão.