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Trump se reunirá com Zelensky para nova negociação de um acordo de paz

A reunião foi anunciada pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio

Por Isabel Alvarez

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

Nesta terça-feira (16), o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio declarou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deverá se reunir com o líder ucraniano Volodymyr Zelensky já na próxima semana para uma nova negociação para alcançar um acordo de paz entre Kiev e Moscou.

Rubio disse que após diversos encontros com Zelensky e telefonemas com o presidente da Rússia Vladimir Putin, Trump continua a tentar chegar à paz entre as partes. “Se a paz for possível, ele quer alcançá-la. Não vai haver nenhum momento em que o presidente vai pensar que não é possível. Ainda não chegou lá, mas poderá chegar a esse ponto. Se de alguma forma o presidente desistisse ou sancionasse a Rússia e disse que tinha acabado, então não haveria ninguém no mundo capaz de acabar esta guerra”, afirmou.

No entanto, apesar de Trump e Putin terem se reunido no Alasca há pouco mais de um mês, as forças russas permanecem executando intensos ataques ao território ucraniano.

Mas, o presidente dos EUA também rotulou pela primeira vez a Rússia como agressora na guerra contra a Ucrânia, demonstrando ainda mais um endurecimento de sua posição em relação a Moscou. No domingo, Trump se referiu às baixas de tropas ucranianas e russas e mencionou que 8 mil soldados morreram esta semana, de ambos os países. “Alguns mais da Rússia, mas quando você é o agressor, você perde mais", frisou.

Trump havia se recusado anteriormente a condenar Moscou pela invasão ao rejeitar em fevereiro uma moção da ONU que apoiava a integridade territorial da Ucrânia e condenava a Rússia. Além disso, também se opôs a uma declaração do G7 que chamou o governo russo de agressor, tendo inclusive culpado Kiev pela guerra em abril. "Você não começa uma guerra contra alguém 20 vezes maior que você e depois espera que as pessoas lhe dêem mísseis", justificou na ocasião.

Mas a postura de Trump em relação ao Kremlin tem mudado e sua administração vem exercendo pressão crescente sobre Vladimir Putin enquanto este se esquiva de fazer negociações de paz diretas com Zelenskyy e o acusa, assim como aos aliados europeus, de dificultarem um acordo.

Entretanto, Trump já indicou que esta perdendo a paciência e ameaçou aplicar novas sanções contra a Rússia, apesar de ainda não ter cumprido a promessa. Também enfrenta crescentes apelos dos europeus para impor restrições mais severas, mas exigiu que para fazê-lo a Europa deve deixar de comprar petróleo russo e endureça seu próprio regime de sanções.

Enquanto isso, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acusou hoje Zelensky de abrandar artificialmente as negociações para a paz e reiterou que a Rússia continua pronta para dialogar e que as conversas pararam por não haver flexibilidade por parte da Ucrânia para realmente negociar.

A Rússia já colocou por diversas vezes as suas condições para dar fim ao conflito, entre elas, a desmilitarização e rendição total da Ucrânia, o reconhecimento da anexação das quatro regiões que os russos ocuparam e a não adesão do país a OTAN, a aliança de defesa militar ocidental. Kiev recusa as condições russas, por considerarem inaceitáveis, e quer garantias de segurança por parte dos aliados ocidentais por não acreditar nas intenções de Putin.

Este ano já foram realizadas pelo menos três rodadas de negociações, na cidade de Istambul, com o único ponto de convergência sendo a troca de prisioneiros entre os dois lados. Apesar das declarações russas, Putin ainda se recusa a encontrar-se com Zelensky, tal como rejeita um cessar-fogo e que a Ucrânia receba tropas ocidentais.