Parlamento Europeu vota a favor do reconhecimento do Estado da Palestina
O Parlamento Europeu também aprovou a proposta de resolução que prevê a utilização do termo "genocídio" para descrever os ataques de Israel a Gaza
Nesta quinta-feira (11), o Parlamento Europeu aprovou uma resolução que pede aos Estados-Membros da União Europeia (UE) que considerem o reconhecimento do Estado da Palestina, com o objetivo de alcançar a solução de dois Estados.
A assembleia legislativa da UE votou a favor da resolução não vinculativa acordada pelos grupos da maioria centrista, que contou com 305 votos a favor, 151 contra e 122 abstenções.
Segundo reportaram os eurodeputados, a votação foi demorada e tensa. “O resultado foi fruto de negociações exaustivas entre os grupos políticos sobre várias alterações”, explicou o eurodeputado italiano Nicola Zingaretti.
Apesar de no passado, o Parlamento já ter apoiado o reconhecimento em princípio do Estado palestino, esta nova resolução apresenta um apelo mais direto aos governos nacionais para que atuem concretamente.
O Parlamento Europeu também aprovou a proposta de resolução que prevê a utilização do termo "genocídio" para descrever os ataques de Israel a Faixa de Gaza. Mas, a expressão "ações genocidas" acabou por ser rejeitada e excluída do texto.
Premiê de Israel diz que não haverá um Estado palestino
Enquanto isso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, assinou hoje o acordo para o plano de expansão dos assentamentos na Cisjordânia ocupada. "Vamos cumprir a nossa promessa: não haverá Estado palestino, este lugar nos pertence. Preservaremos a nossa herança, a nossa terra e a nossa segurança. Vamos duplicar a população da cidade", afirmou.
Recentemente Tel Aviv aprovou o controverso projeto para a construção de 3.400 habitações na Cisjordânia, que foi condenado por diversos países e pelas Nações Unidas. O projeto chamado E1 prevê dividir este território palestino em dois, ampliando a área habitacional israelense e comprometendo qualquer continuidade territorial de um Estado da Palestina. Em resposta aos anúncios de vários países de ter a intenção de reconhecer um Estado da Palestina já este mês na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, o ministro israelense das Finanças Bezalel Smotrich também apelou à aceleração da implementação do plano e à anexação da Cisjordânia ocupada.
"A decisão das autoridades israelenses de expandir a construção de assentamentos ilegais, que dividirão a Cisjordânia, deve ser revertida. Qualquer construção de assentamentos é uma violação do direito internacional", apontou António Guterres, secretário-geral da ONU.