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UE, Reino Unido e ONU condenam plano de expansão israelense na Cisjordânia

As advertiu sobre o impacto negativo que haverá nas perspectivas de paz no Oriente Médio

Por Isabel Alvarez

Pelo menos seis corpos, incluindo o de uma criança, foram levados ao hospital Al Awda, no campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza, junto com trinta feridos, declarou Basal à AFP

A construção de mais de três mil assentamentos no território da Cisjordânia ocupada anunciado por Israel gerou condenações internacionais, com alertas sobre a ilegalidade e de tornar inviável a solução de dois Estados.

O Reino Unido, a União Europeia e a Organização das Nações Unidas criticaram e se opõem ao plano expansionista aprovado pelo governo israelense e divulgado pelo ministro das Finanças de Israel de extrema-direita, Bezalel Smotrich, que afirmou que a concretização do projeto enterraria de vez a ideia de um Estado palestino. A construção será realizada na zona de E1, entre Jerusalém e o assentamento de Maale Adumim, uma área estratégica que, segundo analistas, poderá dividir definitivamente a Cisjordânia.

O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido manifestou a sua preocupação, condenou o plano e advertiu sobre o impacto negativo que haverá nas perspectivas de paz no Oriente Médio. "O Reino Unido se opõe categoricamente aos planos de assentamento E1 do governo israelense, que dividiriam um futuro Estado palestino em dois e marcariam uma violação flagrante da lei internacional. Os planos devem ser interrompidos agora", declarou David Lammy, chanceler britânico.

A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, apelou a Tel Aviv para que suspenda a construção, enfatizando que o avanço do plano E1 põe em risco a solução de dois Estados e constitui uma violação do direito internacional. A Comissão Europeia reiterou que qualquer alteração territorial fora de um acordo entre as partes envolvidas é ilegal. "Os assentamentos são ilegais e devem ser interrompidos", destacou a porta-voz da Comissão, Anitta Hipper.

 

A Alemanha também pediu a Israel que pare o andamento do projeto que repartiria o território palestino na Cisjordânia. “A Alemanha rejeita veementemente os anúncios do governo israelense relativos à aprovação de milhares de novas unidades habitacionais nos assentamentos israelenses na Cisjordânia", afirmou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores alemão.

A ONU, por sua vez, apontou que os assentamentos são uma clara violação do direito internacional e um dos principais obstáculos à paz entre israelenses e palestinos. As Nações Unidas pediram a Israel que esqueça a ideia de começar a construir o controverso assentamento. “Isso colocaria um fim às expectativas de uma solução de dois Estados”, reiterou Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU.

O projeto E1, que está paralisado há décadas devido à oposição da comunidade internacional, poderá agora avançar, separando Jerusalém Oriental do resto da Cisjordânia, dificultando a criação de um futuro Estado palestino. Para os críticos, a medida não só representa uma violação das resoluções internacionais, como também impede qualquer perspectiva de uma solução justa e duradoura para o conflito entre Israel e a Palestina.

Já Smotrich celebrou a aprovação do plano, que será ratificado pelo governo na próxima semana. O ministro justificou o projeto como parte de uma estratégia mais ampla de "soberania" israelense sobre a Cisjordânia, que, segundo ele, vem sendo implementada desde a formação do atual governo de coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

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