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Reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU para debater situação de Gaza

O pedido da reunião foi apresentado por vários dos 15 países que integram o Conselho de Segurança

Por Isabel Alvarez

Reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU para debater situação de Gaza

O Conselho de Segurança da ONU vai realizar uma reunião de urgência no sábado (9), após a aprovação do plano do gabinete do governo israelense de ocupação da principal cidade da Faixa de Gaza. A decisão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de ordenar ao Exército que assuma o controle da Cidade de Gaza, no norte do território, onde se encontra 20 reféns vivos além de deslocar cerca de um milhão dos habitantes, está causando uma onda de protestos e indignação em toda comunidade internacional.

O pedido da reunião foi apresentado por vários dos 15 países que integram o Conselho de Segurança, em seu nome e da Palestina, segundo comunicou o representante da Autoridade Palestina na ONU, Riyad Mansour.

O Gabinete de Segurança de Israel tomou a decisão contra a opinião do comandante das forças armadas do país, Eyal Zamir, que, de acordo com a mídia israelense, apresentou um plano alternativo à ocupação de Gaza, que consistia em cercar as cidades e os campos de refugiados e fazer incursões pontuais. Zamir defendeu que entrar por terra em zonas onde houvesse reféns poderia pô-los em perigo, como já aconteceu no passado. Netanyahu, por sua vez, argumentou que o objetivo de Israel não é tomar o controle de Gaza, mas sim libertar Gaza do Hamas e possibilitar o estabelecimento de um governo pacífico na região. Um dos princípios essenciais para o fim da ofensiva aprovados pelo governo de Netanyahu é o estabelecimento de uma administração civil alternativa que não seja nem o Hamas nem a Autoridade Palestina, que governa parte da Cisjordânia.

Enquanto isso, o Alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, defende num comunicado que o plano vai contra a decisão do Tribunal Internacional de Justiça de que Israel deve pôr fim à sua ocupação o mais rapidamente possível, contra a concretização da solução de dois Estados acordada e contra o direito dos palestinos à autodeterminação. "Os reféns devem ser libertados imediatamente, e sem exigências, pelos grupos armados palestinos", apelou ainda Türk, acrescentando que os palestinos detidos arbitrariamente por Israel também devem ser libertados imediatamente e sem exigências.

Türk afirmou que esta nova escalada causará deslocações forçadas ainda mais massivas, mais mortes, mais sofrimento insuportável, destruições insensatas e crimes atrozes. O Alto-comissário pediu a Israel que permita a entrada sem obstáculos de ajuda humanitária em Gaza, ao invés de intensificar a guerra, para salvar a vida de civis. Duas dezenas de peritos da ONU, incluindo a relatora para os Territórios Palestinos Ocupados, Francesca Albanese, também apelaram que Tel Aviv restabeleça de imediato o acesso sem restrições de agências humanitárias da organização à Faixa de Gaza.