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Comissão do Congresso dos EUA intima acesso aos arquivo do caso Epstein

A comissão parlamentar ainda exige depoimentos sob juramento dos ex-procuradores-gerais dos últimos três governos norte-americanos, tendo também intimado os ex-diretores do FBI.

Por Isabel Alvarez

A Casa Branca em Washington, D.C., em 18 de julho de 2025. O governo do presidente Donald Trump afirmou que buscará a divulgação dos depoimentos do grande júri relacionados a Jeffrey Epstein, enquanto o presidente americano busca dissipar as persistentes consequências políticas sobre a condução de sua equipe no caso de tráfico sexual do financista falecido. A procuradora-geral Pam Bondi afirmou que o Departamento de Justiça solicitará a um tribunal que revele as transcrições do grande júri, já que o relacionamento de Trump com Epstein voltou a ser alvo de críticas devido a uma suposta carta imprópria publicada pelo Wall Street Journal. (Foto de Alex WROBLEWSKI / AFP)

Nesta terça-feira (5), a comissão de supervisão do Congresso dos Estados Unidos intimou o Departamento de Justiça a apresentar os arquivos da investigação sobre tráfico sexual de menores envolvendo o magnata Jeffrey Epstein, que se matou na prisão em 2019.

As intimações foram emitidas pela comissão parlamentar devido a uma investigação do Congresso dos EUA que os representantes consideram poder revelar ligações com o presidente norte-americano, Donald Trump, entre outras antigas autoridades do país. Sob controle dos republicanos, a comissão ainda intimou para prestarem depoimentos o ex-presidente Bill Clinton, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton e oito ex-altos funcionários federais da área da justiça. Além disso, foram exigidas todas as comunicações entre o governo democrata do ex-presidente Joe Biden e o respectivo Departamento de Justiça sobre o caso Epstein.

A comissão parlamentar ainda exige depoimentos sob juramento dos ex-procuradores-gerais dos últimos três governos norte-americanos, tendo também intimado os ex-diretores do FBI.

Por outro lado, Trump negou ter conhecimento prévio dos crimes de Epstein e afirmou ter rompido relações com ele muito tempo antes do episódio do caso. Mas membros dos democratas e republicanos do Congresso, assim como muitos dos apoiadores políticos do presidente republicano insistem no assunto. A repercussão causou grande descontentamento entre os seguidores do movimento MAGA (Make America Great Again), o principal slogan de Trump desde a sua campanha, que constituem a base de apoio do republicano e acreditam firmemente nas teorias da conspiração sobre os arquivos de Epstein. Muitos dos adeptos do MAGA inclusive chegaram a queimar os bonés com o slogan.

Desde o suicídio de Epstein, os conservadores alimentaram teorias da conspiração sobre que informações foram coletadas pelos investigadores do caso e quem mais poderia estar envolvido. O próprio Trump impulsionou as teorias da conspiração em torno da morte do pedófilo na prisão e dos seus alegados clientes famosos durante e depois da campanha de 2020, após perder as eleições neste ano. Também havia prometido que liberaria todos os arquivos.

"Os democratas estão concentrados na transparência e estão combatendo a corrupção de Donald Trump: O que está Donald Trump a esconder, para não querer que os arquivos do caso Epstein sejam divulgados?", questionou o deputado Robert Garcia, o principal democrata na comissão de supervisão do Congresso.

A comissão parlamentar havia anteriormente já emitido uma intimação para um depoimento de Ghislaine Maxwell, que cumpre uma pena de 20 anos de prisão por ser cúmplice de Epstein, por atrair e ajudar a criar uma rede de adolescentes que foram vítimas de abuso sexual.

Entretanto, o presidente da comissão, o republicano James Comer, disse que está disposto a adiar esse depoimento até que o Supremo Tribunal decida se vai ouvir um recurso da condenação de Maxwell, alegando que ela foi injustamente processada.