França se alinha aos EUA e envia navios para o Caribe no combate ao tráfico de droga
Os dois departamentos ultramarinos da França ficam no Mar do Caribe e fazem parte do arquipélago das Pequenas Antilhas.
O ministro dos Territórios Ultramarinos da França, Manuel Valls, anunciou que se juntou aos Estados Unidos para reforçar a vigilância das Caraíbas, e enviou mais navios para Guadalupe e a Martinica. Os dois departamentos ultramarinos da França ficam no Mar do Caribe e fazem parte do arquipélago das Pequenas Antilhas.
O governo francês declarou que a sua decisão de reforço naval na região faz parte de uma estratégia de cooperação internacional contra as redes criminosas que operam na zona e destacou a necessidade de proteger os seus territórios ultramarinos, que são frequentemente usados como pontos de trânsito do tráfico de droga para a Europa.
A medida é vista como uma escalada de tensão com Caracas, aumentando a pressão militar e diplomática sobre o governo de Nicolás Maduro. Uma vez que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também já ordenou navios militares norte-americanos para a costa da Venezuela para combater o tráfico de droga, sobretudo o Cartel dos Sóis. O destacamento de três destróieres e, posteriormente mais um esquadrão anfíbio gerou fortes reações do governo venezuelano e também de alguns países vizinhos.
No fim de semana passado, Maduro ordenou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em resposta ao anúncio dos EUA de enviar navios de guerra para águas próximas ao país.
Por sua vez, Washington endureceu a sua estratégia contra o crime organizado, classificando vários dos cartéis mais poderosos do México como organizações terroristas, incluindo o Jalisco Nueva Generación, del Noreste, Nueva Familia Michoacana e del Golfo, bem como a Mara Salvatrucha em El Salvador. Na mesma relação se encontram ainda o Tren de Aragua e o Cartel de los Soles (Cartel dos Sóis), que, segundo a Casa Branca, é controlado por Maduro. Segundo fontes do Pentágono, os recentes deslocamentos visam enfrentar ameaças à segurança nacional dos EUA vindas de “organizações narco-terroristas” especialmente designadas na região.
Enquanto isso, o Paraguai e o Equador alertaram que o Cartel dos Sóis opera como uma rede criminosa de alcance transnacional, envolvida em rotas de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e aumento da violência em diferentes partes da região. Já Trinidad e Tobago manifestou o seu apoio à operação naval americana, afirmando que o crime organizado e o tráfico de droga representam uma ameaça direta à segurança de todas as Caraíbas. A primeira-ministra da ilha, Kamla Persad-Bissessar, ofereceu inclusive emprestar as suas águas e o seu território para operações militares dos EUA contra Maduro se a Casa Branca o solicitasse para defender a Guiana.