ONU declara oficialmente situação de fome em Gaza
Em um comunicado conjunto, várias agências da ONU apelam a um cessar-fogo imediato e acesso humanitário sem restrições para conter as mortes por fome e subnutrição
A Organização das Nações Unidas declarou pela primeira vez de forma oficial a fome em Gaza. Os peritos da ONU alertaram que cerca de meio milhão de pessoas estão num estado catastrófico e confirmaram que a região vive uma situação de inanição generalizada. “O Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar, um mecanismo das Nações Unidas, calcula que há 500 mil pessoas em privação alimentar, número que vai aumentar em setembro”, afirma o relatório.
Em um comunicado conjunto, várias agências da ONU apelam a um cessar-fogo imediato e acesso humanitário sem restrições para conter as mortes por fome e subnutrição.
"Não podemos permitir que esta situação continue impunemente", afirmou António Guterres, secretário-geral da ONU.
Por sua vez, o governo de Israel diz que não há fome no enclave palestino. Tel Aviv respondeu que o relatório é falso e tendencioso, e acusou os peritos das Nações Unidas de usarem dados parciais e propaganda enganosa fornecido pelo Hamas.
O ministro israelense da Defesa, Israel Katz, também ameaçou nesta sexta-feira (22) destruir por completo o que resta da Cidade de Gaza, caso o Hamas não aceite à paz nos seus termos. Isto um dia após o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ter aprovado às negociações que visam à libertação de todos os reféns que ainda se encontram no território palestino. "Em breve, as portas do inferno se abrirão sobre as cabeças dos assassinos e violadores do Hamas em Gaza, até que aceitem as condições estabelecidas por Israel para o fim da guerra, principalmente a libertação de todos os reféns e o desarmamento do movimento islâmico palestino”, escreveu Katz na rede social X.