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Cerca de 25% dos moradores de Jaboatão levam mais de duas horas para chegar ao trabalho, diz Censo

Porcentagem é maior do que cidades como Rio de Janeiro (24%) e Belo Horizonte (17%)

Por Adelmo Lucena

Embarque de passageiros após jornada de trabalho

Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, aparece em posição de destaque entre as cidades brasileiras com maiores tempos de deslocamento até o trabalho. De acordo com dados do Censo 2022 divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município pernambucano tem 25% dos trabalhadores levando mais de duas horas para chegar ao emprego.

A cidade fica atrás de São Paulo por apenas um ponto percentual, mas fica à frente do Rio de Janeiro, onde 24% da população leva mais de duas horas para chegar ao trabalho.

Os dados revelam que Jaboatão tem um perfil de deslocamento semelhante ao das grandes metrópoles brasileiras, ainda que em menor escala populacional. Segundo o levantamento, 30% dos trabalhadores jaboatonenses levam de meia hora a uma hora.

Isso significa que mais da metade da população ocupada (55%) passa entre 30 minutos e duas horas se deslocando diariamente. Apenas 4% dos moradores conseguem chegar ao trabalho em até cinco minutos, e 11% levam de seis a quinze minutos.

A alta proporção de trabalhadores que passam longos períodos no trânsito reflete a dependência do deslocamento até o Recife e outras cidades da Região Metropolitana.

Em São Paulo, o tempo médio de deslocamento é ligeiramente maior. Na capital paulista, 32% das pessoas gastam de meia hora a uma hora, e 26% levam de uma a duas horas, totalizando 61% de trabalhadores com trajetos superiores a 30 minutos. Já no Rio de Janeiro, 32% também gastam até uma hora, e 24% de uma a duas horas, o que soma 60% com deslocamentos longos.

Pretos e pardos passam mais tempo no deslocamento até o trabalho

Os trabalhadores pretos e pardos são os que mais enfrentam longos deslocamentos para chegar ao trabalho no Brasil. Enquanto 14% dos pretos e 11% dos pardos levam entre uma e duas horas no trajeto, o percentual entre brancos é menor, de 9%.

O levantamento mostra que a desigualdade racial também se reflete no tempo gasto entre a casa e o emprego. Entre os trabalhadores pretos, 24% gastam de 30 minutos a uma hora para chegar ao trabalho, o maior índice entre todos os grupos analisados. Já entre os brancos, esse percentual cai para 19%. Além disso, apenas 8% dos pretos têm deslocamentos inferiores a cinco minutos, contra 11% dos brancos e 15% dos indígenas.

De forma geral, o Censo revela que mais da metade dos trabalhadores brasileiros (57%) leva até meia hora para chegar ao local de trabalho, sendo 10% com trajetos de até cinco minutos, 26% entre seis e quinze minutos e 31% entre quinze e trinta minutos. Outros 20% gastam de 30 minutos a uma hora, e 10% de uma a duas horas. Apenas 1% afirma gastar entre duas e quatro horas, e menos de 1% supera esse tempo.