Beto Lago: 'Prefiro dois jogos na final do Pernambucano de 2026'
O Campeonato Pernambucano de 2026 será disputado por oito times e pode ter a final em jogo único
Um ou dois jogos?
O presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, ventilou a ideia de transformar a final do Estadual de 2026 em jogo único, realizado na Arena de Pernambuco, com renda e público divididos entre os finalistas. Segue a tendência da Conmebol, que faz o mesmo nas finais da Libertadores e da Sul-Americana. Não gosto muito da comparação. O Estadual é um campeonato regional, com rivalidades históricas e identidades locais muito mais profundas. Transformar uma final em partida única é abrir mão da essência do futebol pernambucano, que sempre se alimentou do clima de ida e volta, do duelo entre torcidas e da força do mando de campo. A FPF tenta modernizar o torneio, e há méritos nisso. Em 2026, o Pernambucano será disputado por apenas oito clubes, o que promete um calendário mais justo e competitivo. Mas inovação precisa vir acompanhada de coerência. A FPF não pode liberar estádios e depois interditar por “problemas no gramado”. Tampouco manter um campeonato sem premiação. Sobre o formato, fico com dois jogos. Garante isonomia, gera duas arrecadações e mantém viva a tradição. Curioso é que Evandro afirmou que os presidentes do Trio de Ferro apoiam a mudança. Ontem, porém, o presidente do Santa Cruz, Bruno Rodrigues, afirmou o contrário: quer dois jogos. A decisão final será no Conselho Arbitral, provavelmente, na segunda quinzena de novembro, e seria bom que prevalecesse o bom senso.
Atrair mais turistas
Janeiro é um dos meses mais movimentados do ano em Pernambuco. Praia cheia, sol forte, hotéis lotados. Mas o futebol local segue desperdiçando essa vitrine. Uma parceria entre Governo do Estado, FPF e clubes poderia transformar o Estadual em um produto turístico: criar pacotes que incluam ingressos, experiências nos estádios e ações de marketing que vendam o futebol pernambucano como parte da cultura local.
Ganha todo mundo
No Estado, é comum ver turistas procurando o que fazer além das praias, e o futebol, se bem promovido, pode ser uma dessas atrações. Basta profissionalismo e visão. Em vez de estádios esvaziados, poderíamos ter visitantes conhecendo o caldeirão da Ilha, a história do Arruda, a tradição dos Aflitos e nossa Arena da Copa. É o tipo de ideia simples, barata e que ajuda a fortalecer o futebol e o turismo. Ganha o Estado, ganham os clubes, ganha o torcedor.
SAF Day
O SAF Day do Santa Cruz se aproxima. Será o momento em que o sócio conhecerá a proposta vinculante. Mais do que uma formalidade, o encontro é decisivo para o futuro do clube, e precisa ser tratado com transparência total. O torcedor coral merece saber, em detalhes, o que está sendo negociado: quem são os investidores, quais são as metas, quanto será investido, quais dívidas serão assumidas. O Santa já se decepcionou demais com promessas vazias e salvadores da pátria. O Santa Cruz precisa de uma SAF sólida, não de um atalho. O torcedor não quer mais discursos, quer garantias. E, principalmente, credibilidade.