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Início do ano e pagamento de tributos exigem planejamento financeiro

Especialista sugere estratégias para o pagamento dos impostos como IPTU e IPVA, além do material escolar, caberem no orçamento doméstico em 2026

Por Thatiany Lucena

Com a chegada de tributos como o IPVA e o iPTU, o contibuinte deve se planejar financeiramente

Para a maioria das pessoas, a chegada de 2026 vem acompanhada de novas metas, mas também de responsabilidades que se repetem todos os anos. Entre as obrigações estão os pagamentos de tributos como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e outras despesas com educação para as famílias, principalmente de matrículas e materiais escolares.

De acordo com o professor de Ciências Contábeis da Estácio, Alisson Batista, como essas despesas são recorrentes, o mais indicado é que as pessoas se planejem ao longo do ano para evitar surpresas. “No caso das pessoas que saem de férias coletivas em janeiro e vão receber o dinheiro antes, vale a pena se precaver e reservar uma parte desse reforço, levando em consideração que no mês seguinte o salário é menor”, exemplifica.

O professor também orienta que o final de ano deve ser encarado com maior cautela, já que esse período geralmente é cheio de oportunidades para maiores gastos. Época em que as pessoas costumam trocar presentes e participar de confraternizações. Além disso, o período também é de férias escolares, quando os pais acabam gastando mais.

Nos casos em que os tributos chegam para quem não conseguiu se planejar adequadamente com antecedência, Batista sugere algumas estratégias para que essas obrigações sejam quitadas.

De acordo com ele, no caso do IPVA e da mensalidade escolar, a primeira alternativa é tentar negociar diretamente com o ente federativo estadual e a própria escola. O IPVA em Pernambuco, por exemplo, pode ser parcelado em dez vezes, o que deve fracionar a despesa, fazendo com que ela impacte mesmo no orçamento.

O mesmo é válido no caso do IPTU, pois a maioria das prefeituras do país também oferecem a possibilidade de parcelamento. O professor sugere que o contribuinte procure o município para saber em quantas parcelas poderá pagar. “Mesmo que tenha uma taxa de juros menor, ela ainda vai ser mais barata do que contratar um empréstimo no banco”, aponta.

Para a compra dos materiais escolares também há a possibilidade de fazer o financiamento por meio de cartão de crédito ou de boleto bancário. “Buscar essa alternativa junto às escolas ou até em papelarias que vendem o material escolar já para o ano todo, é uma possibilidade de economizar. Às vezes, a pessoa vai gastar uma quantia maior do que pagar de uma única vez, mas isso será diluído no primeiro semestre, se encaixando melhor no orçamento,” disse.

Contudo, Batista também alerta que a opção pelo parcelamento deve vir acompanhada pela busca de juros que sejam mais baixos. “Lembrando que no início do ano várias papelarias e atacadistas estão vendendo material escolar. Então, fazer pesquisa é algo que vai ajudar as pessoas a economizar bastante e a fugir das dívidas que podem se prolongar para o ano inteiro”, afirma. Ainda de acordo com ele, outra dica é tentar mobilizar compras coletivas de materiais escolares, já que alguns estabelecimentos podem considerar o preço de atacado para pacotes de compras maiores.

Dicas para equilibrar finanças

Quando a situação chega ser de inadimplência e a pessoa acaba entrando no cheque especial, o professor recomenda fazer uma soma de todas as despesas, contas a pagar e fatura de cartão de crédito antes de buscar um financiamento. “Hoje a gente tem a possibilidade do crédito trabalhista, descontado de forma consignada para todos os brasileiros em regime CLT com uma taxa de juros bastante acessível. Contratar um empréstimo é complexo, mas se a pessoa não tem outra alternativa, esse é um caminho menos penoso financeiramente”, aponta.

Planejamento financeiro

No cenário adequado, quem se planeja financeiramente desde o início do ano consegue pagar esses tributos com maior tranquilidade no ano seguinte. De acordo com o professor, a maior dica é guardar mensalmente várias parcelas para cada obrigação específica.

“Vamos supor que a pessoa paga R$ 2 mil de IPTU. Então, todo mês ela pode guardar cerca de R$ 150 para que, no próximo ano, ela tenha o dinheiro completo para pagar o imposto à vista. Inclusive, algumas prefeituras oferecem descontos muito vantajosos para esse pagamento em parcela única”, lembra.