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Antônio Carlos Figueira: saudade que inspira

Hoje, 23 de dezembro de 2025, completam-se dois anos da partida de Antônio Carlos Figueira

Por Tereza Campos

Hoje, 23 de dezembro de 2025, completam-se dois anos da partida de Antônio Carlos Figueira

Hoje, 23 de dezembro de 2025, completam-se dois anos da partida de Antônio Carlos Figueira. Sua ausência física contrasta com a força da presença que permanece: um legado vivo que orienta, inspira e reafirma valores essenciais à saúde pública, à educação, à cultura e à justiça social.

Médico, gestor, professor, acadêmico, pensador e humanista, Antônio Carlos construiu sua trajetória unindo ciência, ética e responsabilidade social. Na condução do Imip, na estruturação da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) e em suas funções na gestão pública por onde passou, consolidou um projeto civilizatório que afirmava a saúde como direito, defendia o SUS como patrimônio coletivo e enxergava o cuidado como expressão de cidadania.

Herdeiro material e imaterial do legado do professor Fernando Figueira, seu pai, não apenas continuou uma obra: ampliou-a. Preparou o Imip para os desafios do novo milênio, modernizou estruturas, expandiu acessos e reafirmou que números só têm valor quando traduzem dignidade e acolhimento.

Assim, sob sua liderança, o Imip consolidou uma nova era institucional — marcada por um novo modelo de governança, pela ampliação do espaço físico e funcional e por uma expressiva evolução, quantitativa e qualitativa, em suas áreas missionárias: assistência, ensino, pesquisa e extensão.

Na FPS, sua participação foi decisiva para consolidar uma escola comunitária, ética e humanizada, dedicada à formação de profissionais capazes de transformar a realidade.

Como secretário estadual de Saúde, articulou políticas inovadoras, expandiu a rede assistencial, fortaleceu a regionalização e deixou marcas duradouras na organização do SUS em Pernambuco. Em outros momentos no serviço público, serviu ao Estado com rigor técnico, sensibilidade política, profundo senso de dever e de pernambucanidade. Diante de situações críticas, como a pandemia da Covid-19, ofereceu serenidade, firmeza e espírito público — sempre guiado pelo compromisso inalienável com a vida.

Nesses dois anos, sua ausência emana uma saudade que inspira responsabilidade e reafirma valores. Em cada leito do Imip, nos colaboradores e estudantes, em cada política pública que resiste em defesa do SUS, há algo de sua inteligência, coragem e fé no bem coletivo.

Lembrar Antônio Carlos é reconhecer que eficiência sem ética é vazia; que inovação sem solidariedade é incompleta; que governança sem justiça social não tem sentido. Seu exemplo reafirma que servir ao público é vocação — e não função.

Honrar Antônio Carlos Figueira é defender o SUS, fortalecer instituições como o Imip e a FPS, valorizar a cultura como bem essencial e fazer da gestão um instrumento de cuidado, equidade e esperança.

Porque, quando a memória vence o tempo, a ausência se transforma em presença. E é nessa presença silenciosa, ética e luminosa que ele segue conosco — guiando caminhos e inspirando um futuro mais justo, fraterno e solidário.

Tereza Campos - Superintendente do Imip