° / °
Cadernos Blogs Colunas Rádios Serviços Portais

O terceiro governo Lula

Uma pesquisa da Quaest-IPEC, realizada em 131 municípios brasileiros, apresentou a avaliação do Governo Lula. 40% o avaliaram como ruim ou péssimo, 30% como ótimo ou bom e 29% como regular.

Por Alexandre Rands Barros

Presidente Lula

Alexandre Rands Barros *

Uma pesquisa da Quaest-IPEC, realizada em 131 municípios brasileiros, apresentou a avaliação do Governo Lula. 40% o avaliaram como ruim ou péssimo, 30% como ótimo ou bom e 29% como regular. Reuni várias informações sobre o Governo Lula III para avaliá-lo. A taxa de crescimento do PIB per capita, segundo dados do FMI, quando comparada a cinco grupos de países (G7, União Europeia, Economias Avançadas, conjunto de países da América Latina e Economias Emergentes), mostra que somente os emergentes devem crescer mais do que o Brasil entre 2022 e 2026, período do Governo Lula III. Em todos os anos até 2025, a taxa tem superado as projeções feitas pelos agentes de mercado. Vale lembrar que os emergentes incluem a China e a Índia, os dois puxadores da economia internacional. Desde o Governo Lula I, somente o Lula II teve desempenho relativo tão bom quanto o Lula III.

A massa de rendimento do trabalho cresceu 18% no atual governo até 09/2025. Isso é quinze vezes mais do que no Governo Bolsonaro, sempre na comparação com o período do governo anterior. A taxa de desemprego média foi de quase metade do que se verificou no Governo Bolsonaro e no período Dilma-Temer. A inflação média do IPCA no período, por sua vez, foi a menor desde o Governo FHC I (1995-1998). Falam que o Governo Lula III é gastador, mas o déficit primário, segundo projeções do FMI, deve fechar em 1,4% do PIB, enquanto ele foi de 2,7% no Governo Bolsonaro e 2,0% no Governo Dilma-Temer. Ou seja, os gastos em excesso das receitas não estão altos, como críticos fazem parecer.

Também na atual gestão, tem havido queda na proporção de pessoas pobres na população. E com as novas regras do Imposto de Renda da Pessoa Física, essa redução deverá ser ainda maior, com mais diminuição das desigualdades de renda entre indivíduos. Entre 2022 e 2024, o Coeficiente de Gini, segundo o World Inequality Database, caiu de 0,7 para 0,69. Essa estimativa combina
dados da PNADC do IBGE com os da Receita Federal. Segundo os dados do IBGE, que subestima a renda dos mais ricos, esse índice caiu de 0,518 para 0,506. As duas estatísticas mostram que há atenuação da desigualdade de renda no Governo Lula III.

A quantidade de realizações do atual governo é impressionante. Estão se recuperando aceleradamente os níveis de vacinação da população, os investimentos no PAC já atingiram mais de R$ 1,8 trilhão, os programas Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada estão melhorando tremendamente o seu foco nas pessoas que realmente precisam, e há forte expansão de creches e ensino em tempo integral, entre muitas outras ações do gênero.

Pelo que consegui levantar, eu diria que desde Juscelino Kubitschek não temos um governo tão bom. Então fica a questão: por que essa avaliação não é tão boa? O medo causado pelas apregoações nas redes sociais do exército bolsonarista de fake news e distorções de informações justificam essa avaliação do Governo Lula. Eu diria que o Brasil teve poucos governos excelentes. Talvez o de Getúlio Vargas (1951-1954), o de Juscelino Kubitschek (1956-1960), o de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e os de Lula I, II e III. E esse está ainda melhor do que os anteriores.

* Economista