° / °
Cadernos Blogs Colunas Rádios Serviços Portais

Primeiro caderno de Turismo

Ser o jornal mais antigo em língua portuguesa do mundo já é demais.

Por

Recife, PE, 07/11/2025 - LANÇAMENTO DO LIVRO DE 200 ANOS DO DIARIO DE PERNAMBUCO - Na tarde desta sexta-feira(07), foi lançado o livro de 200 anos do Jornal Diario de Pernambuco na livraria Jaqueira, região central do Recife(PE).

Ricardo Guerra*

Ser o jornal mais antigo em língua portuguesa do mundo já é demais. Acumular a condição de ser o jornal mais antigo em circulação na América Latina é tudo. Estas são as principais referências do nosso Diario de Pernambuco, que acaba de completar 200 anos de circulação.

Há, no entanto, um aspecto ao qual venho dando a maior importância no DP: o seu pioneirismo. Qual seja? O Diario sempre se destacou por ser o veículo que atende aos principais anseios da sociedade civil organizada, seja no sentido público ou privado. O Diario representa a busca incessante de transmitir as metas econômicas e sociais do que a população sente, urge, reivindica, aplaude e protesta. Esse é o caráter do pioneirismo do nosso Diario.

Tenho uma história particular dentro desse pioneirismo. Peço licença, com a devida ousadia, ao meu fraterno amigo Ângelo Castelo Branco, por quem tenho a maior admiração e apreço — amizade de seis décadas, desde os tempos do Colégio Nóbrega.

Em 1987, presidia o Diario de Pernambuco Antônio Camelo, e Castelo apresentou um belíssimo projeto para a criação daquele que seria o primeiro Caderno de Turismo da imprensa pernambucana. Era perfeito: reportagens locais, estaduais, regionais, nacionais e internacionais; colunas diversificadas — do editor, do ícone Paulo Fernando Craveiro e a famosa Passaporte, do grande João Alberto Martins Sobral. Camelo não titubeou. Projeto aprovado. O CT foi às ruas todas as quartas-feiras.

No Baile Municipal de 1988, realizado no Clube Português do Recife, Castelinho — que era meu frequente convidado — adentrou nosso camarote trazendo o nosso Camelo. Destaco que Castelo já havia me convidado para participar do quadro do CT. A conversa foi objetiva e, sob os clarins de momo, aceitei, para minha honra, integrar a equipe do Caderno de Turismo sob o codinome de Jorge de Holanda, uma vez que meu nome completo é Ricardo Jorge de Holanda Guerra.

No dia 18 de maio de 1988, com o texto intitulado “Edinburgh, uma agradável surpresa”, eu estreava no Caderno de Turismo. E aí se sucederam 188 textos entre matérias e reportagens até 29 de maio de 1997, quando meu nome constou pela última vez no expediente do CT. Passei por vários editores, além de Castelinho, inclusive Paulo Fernando Craveiro — a quem aprendi a estimar e admirar — e Valdelusa D’Arce, que fora minha colega no curso de Jornalismo da Unicap. Grande Val! Confidente.

Foi no tempo em que uma forte ventania passou pelo prédio da Pracinha do Diario. Saímos todos: Valdelusa D’Arce, Moema Luna, Adriana Reis, Roberto Cavalcanti.

Bem, daí seguimos batalhando no turismo e na imprensa. Criamos a revista Turisnews, cujo Conselho Editorial era formado por Carlos Garcia, Olbiano Silveira, Valdelusa — saudosos amigos —, o imortal Roberto Pereira e eu.

Aqui, um preito de gratidão. Diz-se que gratidão é dívida que não prescreve; acrescento: é dívida que jamais se quita. Minha gratidão a João Alberto Martins Sobral, que levou sua importantíssima coluna Passaporte para a Turisnews, na maior demonstração de apreço para comigo, fidelidade e amizade mútua e incondicional desde os tempos da coluna Nova Geração.

* Jornalista