A Ampulheta do Tempo e Nossas Crianças
Está chegando o dia das crianças e olho para meus filhos e enteados e vejo como o tempo passa rápido
Está chegando o dia das crianças e olho para meus filhos e enteados e vejo como o tempo passa rápido.
Um dia estava eu brincando na escola e cá estou. Um dia comemorei minha formatura e já se passaram 25 anos. Um dia estava vendo meu filho nascer e o mais velho já completou 12 anos. Um dia conheci o amor e hoje colho seus frutos.
Será que sabemos contar o tempo, será que meus filhos sabem contar o tempo, será que a sociedade permite que eles saibam contar o tempo? Será que eles tem noção do tempo?
Uma inteligência artificial desenvolvida para modelar a linguagem escrita pode ser usada para prever eventos na vida das pessoas e até apontar a data da morte, segundo um projeto de pesquisa internacional, desenvolvido por Universidade Técnica da Dinamarca (DTU), Universidade de Copenhague (ITU) e Universidade Northeastern, nos Estados Unidos.
Os pesquisadores mostraram que usando grandes quantidades de dados a respeito da condição social e outros aspectos da vida das pessoas para treinar os chamados “modelos de transformadores”, que, assim como o ChatGPT, processam linguagem, as informações podem ser organizadas sistematicamente para prever o que acontecerá na vida de alguém e em que momento o fato pode se desenrolar — incluindo a data da morte, de acordo com a rede de Notícias CNN.
Será que é esse o tempo que quero contar, o tempo que me resta ou o tempo que me é dado?
Prefiro começar a contar o tempo que me é dado, sentir o que uma máquina ou um programa de dados não pode sentir nem julgar, a qualidade de meu tempo, ainda que seja pelo tempo que me resta.
Sinceramente, não tenho a intenção de saber o dia do meu fim, ou se essas serão minhas últimas palavras, mas quero sentir o oxigênio em meus pulmões e a linda química da vida que faz a cada momento que respiro, quero amar mais, quero lutar mais, quero conquistar o que me falta para ser melhor, quero compartilhar quero ver sorrisos, quero ver um mundo melhor e quero ver meus filhos tendo o mesmo sentimento de vida.
A ampulheta do tempo está passando, não sei quanta areia falta para cair, mas uma coisa é certa, não vou desistir da vida quero sentir que ela é minha.
Fico com o conselho de Lenine:
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
E o mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Sérgio Ricardo Araújo Rodrigues. Advogado e professor Universitário