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Pertencer a si mesma: Outubro Rosa marca nova era no acesso à mamografia

O Outubro Rosa de 2025 começa com uma conquista histórica: a ampliação da faixa etária para realização da mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS)

Por Dra. Mirela Ávila Gurgel

Fita de conscientização Outubro Rosa

O Outubro Rosa de 2025 começa com uma conquista histórica: a ampliação da faixa etária para realização da mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Agora, mulheres de 40 a 49 anos também terão garantido o acesso ao exame. Entre 50 e 74 anos, o SUS mantém a recomendação de rastreamento populacional bienal e, acima dos 74 anos, a decisão deve ser individualizada, de acordo com cada caso. Essa vitória foi fruto de uma longa luta, na qual médicos, entidades médicas, políticos e a sociedade civil se uniram em um movimento de força e esperança.

As sociedades médicas reforçam que o rastreamento deve ser realizado anualmente a partir dos 40 anos, garantindo maior eficácia na detecção precoce da doença. Essa diferença de recomendações evidencia a importância da informação e do diálogo entre paciente e médico, para que cada mulher possa tomar decisões conscientes sobre o seu cuidado.

A detecção precoce é o fator mais decisivo na luta contra o câncer de mama. Os exames de imagem periódicos permitem identificar o tumor em fases bem iniciais, ou até precursoras, quando ainda não é perceptível clinicamente. Isso possibilita até 95% de cura, além de tratamentos menos agressivos e mutilantes, assegurando melhor qualidade de vida e longevidade. Identificar seus fatores de risco e definir, junto ao médico, quais exames devem ser feitos e com qual periodicidade, é essencial. A mamografia é o método mais importante, mas em alguns casos a ultrassonografia e a ressonância magnética também são necessárias.

Todos os dias, 48 brasileiras perdem a vida para o câncer de mama. Não por falta de amor… mas porque colocaram todas as outras prioridades à frente de si mesmas. Entre os 40 e 60 anos, as mulheres são líderes em todos os espaços: no lar, nas empresas, nas famílias. Estão sempre cuidando de todos, menos de si. Olhar para a própria saúde é, muitas vezes, a parte mais difícil da jornada. Além disso, tem o medo da dor, do resultado ou da própria vulnerabilidade. Mas nada adianta ter o acesso garantido ao exame, seja no sistema público ou privado, se esse passo não for dado. É quando a mulher se permite se escolher que a mamografia cumpre seu papel: salvar vidas.

Neste Outubro Rosa, o Centro Diagnóstico Lucilo Ávila reforça sua missão e levanta uma bandeira: autocuidado não é egoísmo. É memória, é afeto, é decisão, é amor. É a coragem de se olhar no espelho e afirmar: Hoje eu me escolho. Hoje eu pertenço a mim.

*Mirela Ávila é radiologista e Diretora Médica do Lucilo Ávila